IBGE aponta quatro indicadores que demonstram o atraso do Brasil no cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação

Os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Educação 2024 indicam que as metas estabelecidas ainda não foram alcançadas.

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(Imagem de reprodução da internet).

Segundo análise realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que teve como divulgar nesta sexta-feira (13) os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) Educação 2024, o Brasil apresenta uma taxa de escolarização ainda baixa.

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O país ainda não alcançou metas essenciais do 2º Plano Nacional de Educação (PNE) para expandir o acesso à educação em quase todas as faixas etárias.

De acordo com o IBGE, alguns resultados que merecem atenção são:

De acordo com a Meta 1 do PNE, em 2024, pelo menos 50% das crianças de 0 a 3 anos de idade deveriam frequentar a creche. Contudo, a meta não foi alcançada em nenhuma das regiões: as taxas médias de escolarização infantil para essa faixa etária foram de 21,4% no Norte, 34% no Nordeste, 33,5% no Centro-Oeste, 44,4% no Sul e 45,5% no Sudeste.

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Em 2024, a taxa de escolarização de jovens entre 15 e 17 anos no Brasil atingiu 93,4%, um aumento de 1,5 pontos percentuais em comparação com 2023. Todas as regiões registraram crescimento no indicador, com destaque para o Norte, que subiu de 89,1% para 92%, e para o Nordeste, de 91,4% para 93,1%. Apesar dessa melhora, nenhuma região alcançou a universalização do atendimento escolar para essa faixa etária, conforme previsto na Meta 3 do PNE.

Em relação à taxa ajustada de frequência escolar líquida, que reflete a proporção de jovens entre 15 e 17 anos que frequentam ou concluíram o ensino médio, o Brasil alcançou 76,7% em 2024, representando um aumento de 1,7 pontos percentuais em comparação com 2023. Contudo, o indicador ainda se encontra 8,3 pontos percentuais abaixo da meta de 85% estabelecida no PNE até o seu término, em 2024.

Entre os jovens com idade entre 18 e 24 anos, a taxa de escolarização atingiu 31,2%, ligeiramente superior aos 30,5% registrados em 2023. Do grupo, apenas 27,1% concluíram o ensino superior, enquanto outros 4,1% ainda estavam na educação básica, com atrasos escolares. Já, 64,6% não frequentavam a escola ou não concluíram a etapa esperada, distanciando-se significativamente dos objetivos estabelecidos pela Meta 12 do PNE. A Meta 12 busca aumentar a taxa bruta de matrícula no ensino superior para 50% e a taxa líquida para 33%.

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Entenda.

Índices de captação bruta (TCB) e índice líquido de captação (TCL): indicadores empregados para analisar a escolarização em um nível de ensino específico. O TCB avalia todas as matrículas, independentemente da idade, enquanto o TCL considera apenas as matrículas de alunos na faixa etária usual para aquele nível.

Escolarização: refere-se à frequência escolar e ao processo de aprendizagem formal em instituições de ensino, como escolas e universidades.

Universalização: assegurar que todas as pessoas tenham acesso ao sistema educacional, independentemente de sua origem, condição social, raça, gênero, deficiência ou qualquer outro fator que possa impedir o acesso à educação. É um direito fundamental previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Qual é o Plano Nacional de Educação?

O PNE define metas e orientações para a educação no país, buscando aprimorar a qualidade, expandir o acesso e assegurar a inclusão em todos os níveis educacionais.

A primeira fase compreendeu o período de 2001 a 2011 e visava a universalização do ensino obrigatório e a expansão do acesso à educação. Constituída por 20 metas, a segunda versão reiterou os compromissos com a universalização. Sua validade estava prevista até junho de 2024, porém foi prorrogada pelo Congresso Nacional até dezembro de 2025, devido aos impactos da pandemia de Covid-19 e de reduções orçamentárias.

Atualmente, tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 2614/24, que define 18 metas a serem alcançadas até o ano de 2034.

No Brasil, 63% da população preta e parda entre 15 e 64 anos é analfabeto.

Fonte por: CNN Brasil

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