Projeção do Ibovespa Atinge 300 Mil Pontos com Mudanças na Economia Brasileira
O head de investimentos do ASA, Rogério Freitas, apresentou uma projeção ambiciosa para o Ibovespa, estimando que o índice possa alcançar 300 mil pontos se o Brasil implementar mudanças significativas na política econômica a partir de 2026. Essa meta representa um crescimento de quase o dobro da pontuação atual, que atingiu 161 mil pontos na sessão desta terça-feira, 2.
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Freitas ressaltou que essa projeção é considerada “muito otimista” e depende de uma série de fatores. O ASA acredita que a sociedade brasileira está aberta a discutir, no próximo ciclo eleitoral, temas relacionados à reforma da economia.
Requisitos para a Projeção
A instituição enfatiza a importância da implementação de reformas estruturais e de um ajuste fiscal, o que, segundo eles, poderia levar a uma queda na taxa de juros reais, atualmente em 15% ao ano – o maior nível desde 2006. Freitas estima que, com essa correção na política econômica, a taxa de juros real poderia recuar entre cinco e seis pontos percentuais.
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Análise do Cenário Eleitoral
O ASA tem sido mais conservador em suas análises, em comparação com outras instituições que já preveem cortes nos juros em janeiro. A gestora acredita que a mudança mais provável ocorrerá a partir de março. No entanto, uma flexibilização da política monetária poderia impulsionar o preço de ativos sensíveis a juros, como ações de empresas com grande endividamento.
Perspectivas de Mercado e Cenários Externos
Freitas reforça que essa análise não é uma previsão, mas sim uma “projeção probabilística” que depende diretamente do resultado da eleição presidencial de 2026, que ele considera um “evento binário”. Ele estima que a bolsa possa se valorizar 100% em dois anos, a partir de 2026, se houver mudanças na política econômica, crescimento do gasto público e reformas, além de uma queda significativa na taxa de juros real.
O especialista destaca que o cenário atual, com 50% de chance para o governo do presidente Lula (PT) e uma candidatura de oposição à direita, dificulta a tomada de decisões estratégicas até que as probabilidades se tornem mais claras.
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Projeções para o Curto Prazo
No curto prazo – do fim de 2025 ao primeiro semestre de 2026 –, Freitas avalia que o mercado continuará a ser influenciado por um processo de “repressão financeira” nos países desenvolvidos, com juros reais baixos ou negativos, o que pode atrair investidores para mercados emergentes, comprimindo os prêmios de risco e sustentando bolsas e ativos de dívida.
Se nada de extraordinário acontecer, essa tendência deve continuar até meados do ano que vem, favorecendo o Brasil.
Cenário de Continuidade: Resultados Moderados
Caso a política econômica atual persista, sem reformas e sem ajustes, o head da ASA não projeta perdas severas, em parte porque o ambiente externo tende a sustentar os emergentes. No entanto, ele afirma que o Brasil poderia ficar para trás em relação aos seus pares.
O processo de análise da ASA é probabilístico, mais científico do que baseado em achismos. A instituição não possui uma “bola de cristal” e analisa as probabilidades de diferentes cenários.
Em um cenário de equilíbrio entre risco e retorno, o portfólio da ASA aposta em ativos de longa duração, como a NTN-B (Tesouro IPCA+) e a bolsa, justamente pela possibilidade de uma queda estrutural do juro real.
