Ibovespa Alcança Novo Recorde e Investidores Avaliam Estratégias
O Ibovespa segue em alta, quebrando recordes e gerando dúvidas entre os investidores. Com 13 pregões consecutivos em alta, o principal índice da B3 atingiu seu patamar máximo intraday, levantando a questão: agora é o momento certo para entrar na bolsa ou qual a melhor forma de aproveitar o rali?
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Existem diferentes abordagens. O ETF do Ibovespa, um fundo de índice negociado na Bolsa, surge como uma opção para quem busca diversificação instantânea e acompanhamento fiel do mercado. Assim como BOVA11, BOVV11 e IBOB11, ele replica o desempenho do índice, permitindo que o investidor compre ou venda cotas como se fossem ações. Enrico Cozzolino, sócio e head de análises da Levante Investimentos, destaca a simplicidade e liquidez do ETF, além do baixo custo de administração.
Estratégias de Investimento: ETF vs. Ações Individuais
A escolha entre ETF e ações individuais depende do perfil do investidor. Para quem prefere uma gestão passiva, o ETF pode ser ideal, especialmente em momentos de rali, permitindo “surfar o mercado” sem a necessidade de análise individualizada. Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital, ressalva que, em cenários de concentração do índice, o retorno futuro pode ser menor ou mais volátil.
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Por outro lado, investir em ações individuais oferece a possibilidade de selecionar setores e empresas com potencial superior, mas exige mais tempo, acompanhamento e análise de balanços, cenários competitivos e governança corporativa. Cozzolino defende essa abordagem, argumentando que a seleção entre setores e o peso da carteira podem fazer a diferença para o investidor não ficar a mercê de ganhos apenas se o mercado subir.
Setores em Foco
Dentro dos setores com fundamentos sólidos, alguns se destacam. Ângelo Belitardo da Hike Capital aponta farmácias e distribuição de medicamentos, educação, concessões de rodovias/ferrovias, aluguel de veículos e transporte de cargas como opções promissoras, destacando a recorrência do primeiro, o potencial da educação com melhoria no emprego e o “up-side” do último devido à diferença de eficiência no Brasil.
No entanto, ele enfatiza que a escolha de empresas específicas dentro desses setores depende da qualidade da gestão, do nível de endividamento e do investimento em Capex. Cozzolino ressalva que, nesse caso, é fundamental contar com acompanhamento ou apoio profissional, devido aos riscos setoriais, macro adversos e regulatórios.
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Avaliação do Mercado e Perspectivas
Com um P/L (preço sobre lucro) de 8,5x, a bolsa se apresenta como um ativo vantajoso. Matheus Amaral, especialista de renda variável do Inter, destaca que esse valuation é mais baixo do que em outros mercados, como os da Chile, Peru, Coreia do Sul, África do Sul e Hong Kong. Ele alerta que esse cenário traz riscos, principalmente a questão fiscal, e que um ajuste pode ocorrer, seja via lucros das empresas ou via preço.
Além disso, Amaral enfatiza a importância de setores defensivos, como os de serviços básicos, que tendem a ser mais resilientes em cenários de incerteza. Ele também ressalta a necessidade de diversificar a carteira, mantendo uma proporção menor para os demais setores.
