Ibram afirma que novo licenciamento não flexibiliza normas para construção e operação de barragens
O presidente do instituto declara que a segurança não é uma preocupação no PL que Lula avaliará até sexta-feira (8.ago).

O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, declarou nesta terça-feira (5.ago.2025) que o setor mineral busca assegurar sua continuidade na nova Lei Geral de Licenciamento Ambiental, sem modificações nas normas de segurança de barragens, que são regulamentadas por padrões específicos.
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Jungmann declarou, em coletiva de imprensa, que o PL 2.159/2021, referente ao novo marco do licenciamento ambiental, não trata do tema em questão, em resposta às críticas sobre o projeto afrouxar normas.
Ele afirma que a segurança das estruturas já é regulada por normas específicas, incluindo a Lei nº 14.066/2020, que institui a Política Nacional de Segurança de Barragens, e a Resolução nº 95/2022 da ANM (Agência Nacional de Mineração).
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Segundo Jungmann, ainda não ocorreu um diálogo formal entre as mineradoras e o governo federal sobre o novo marco legal de licenciamento, que depende da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) até sexta-feira (8 de agosto de 2025).
Jungmann afirmou que a única questão de preocupação do setor mineral é não ser excluído da lei geral de licenciamento ambiental.
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Ele recordou que, na aprovação do texto pela 1ª vez, em 2021, o país ainda enfrentava os efeitos do desastre de Brumadinho, o que resultou na exclusão do tema da pauta.
Já no Senado, ocorreu a mobilização das mineradoras para assegurar a reintegração. “Esta é a única questão que queremos defender”, declarou sobre a nova lei.
Após o desastre, foi aprovada a Política Nacional de Segurança de Barragens, que institui normas mais rígidas para o setor, incluindo a proibição de estruturas a montante – como as utilizadas na tragédia – e exigências de planos de emergência. Além disso, estabeleceu fiscalização constante e penalidades mais severas, com o aumento de multas.
A resolução da ANM detalha essas obrigações e orienta a fiscalização das barragens de mineração.
A preocupação, contudo, é que o novo modelo crie lacunas institucionais, ainda que as exigências técnicas permaneçam previstas em outras leis.
O aviso de ambientalistas, incluindo o OC (Observatório do Clima), se concentra no risco de projetos com grande impacto ambiental – como hidrelétricas – serem classificados como de porte médio. Isso possibilitaria a emissão de licenças automáticas ou simplificadas, como a LAC (Licença por Adesão e Compromisso).
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) afirmou que, com as normas vigentes da proposta, barragens como as que romperam em Brumadinho e Mariana poderiam receber licenciamento com menor rigor, sem avaliação prévia de impacto.
Fonte por: Poder 360