iFood Quebra Recordes, Mas Alerta para o Futuro
O iFood alcançou números impressionantes em novembro de 2025, registrando 180 milhões de pedidos – um salto de 58% em relação ao ano anterior e 11% acima do recorde de outubro. Apesar do sucesso, o CEO da plataforma, Ricardo Barreto, expressa cautela, questionando a sustentabilidade desse crescimento explosivo.
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O setor de delivery está em franca expansão, mas a estratégia por trás desse movimento levanta dúvidas sobre a longevidade.
Incentivos e a Realidade do Mercado
A recente explosão no volume de pedidos do iFood não se explica apenas por inovações, conveniência ou mudanças no comportamento do consumidor. Um fator crucial é o investimento massivo de novos concorrentes, que utilizam cupons, isenção de taxas e descontos agressivos.
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Essa prática, que Barreto chama de “inflamar temporariamente a demanda”, levanta a questão de se o crescimento é genuíno ou apenas um efeito colateral de estratégias de marketing.
Novos Produtos e Canais de Acesso
Uma das principais inovações que impulsionou o iFood foi o lançamento do Hits, um produto que oferece refeições acessíveis e sem taxa de entrega. O Hits já soma 30,8 milhões de pedidos, está presente em 77 cidades, envolve 64,5 mil restaurantes e gerou um aumento médio de 32% nas vendas dos participantes.
Além disso, a plataforma expandiu seu uso para o WhatsApp, onde a maioria das pessoas realiza seus pedidos sem perceber que está utilizando o iFood.
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Impacto Econômico e Desafios
O desempenho do iFood em 2025 gerou um impacto significativo na economia brasileira. Segundo um estudo da Fipe, o ecossistema da empresa movimentou R$ 140 bilhões em 2024, representando 0,64% do PIB e gerando 1 milhão de postos de trabalho. A empresa também disponibilizou R$ 8,56 bilhões em crédito para restaurantes e possui mais de 205 mil contas ativas.
No entanto, Barreto ressalta que o iFood não pretende ser um “banco do iFood” para evitar complicações regulatórias.
Concorrência Desleal e Ações Legais
A intensa disputa no mercado de delivery também trouxe desafios, como tentativas de compra de dados internos por empresas estrangeiras. O iFood registrou quase mil tentativas de compra de informações e iniciou ações penais contra colaboradores que comercializaram dados. “É doloroso, mas necessário”, afirma Barreto, demonstrando a importância de proteger a propriedade intelectual da empresa.
Um Crescimento com Cautela
Apesar dos recordes, o iFood se mostra cauteloso em relação ao futuro. O CEO enfatiza que o setor só será sustentável se o crescimento for real e não apenas fruto de incentivos temporários. O momento exige inovação acelerada, mas também atenção aos efeitos colaterais das estratégias de marketing.
O iFood busca consolidar sua posição como um player fundamental na economia brasileira, mas com um olhar atento para a sustentabilidade a longo prazo.
