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Igreja espanhola pede desculpas por abuso sexual e questiona pesquisa que destaca a severidade do problema


Igreja espanhola pede desculpas por abuso sexual e questiona pesquisa que destaca a severidade do problema
(Foto Reprodução da Internet)

A Igreja Católica da Espanha se desculpou hoje às vítimas de abuso sexual cometido por padres. No entanto, ela expressou dúvidas sobre a precisão de uma nova pesquisa que indicou que esse tipo de abuso era mais comum em todo o país do que as investigações anteriores haviam revelado.

Uma pesquisa recente sobre direitos humanos na Espanha revelou que, entre mais de 8.000 entrevistados, apenas 0,6% relataram ter sido vítimas de abuso. Quando se considera professores de escolas católicas, esse número aumenta para 1,1%. Esses dados foram divulgados em um relatório do ombudsman de direitos humanos espanhol.

A Conferência Episcopal Espanhola, após uma reunião extraordinária, expressou sua “dor pelos danos causados por alguns membros da Igreja com os abusos sexuais e reiterou seu pedido de perdão às vítimas”.

A Igreja passou por escândalos de abuso sexual em diferentes países, como Estados Unidos, Irlanda e França, nos últimos tempos. Porém, foi só na Espanha, onde a maioria das pessoas se consideram católicas, que essa questão foi debatida publicamente, após uma investigação histórica da mídia em 2021.

A Conferência, que o ombudsman criticou por não cooperar mais plenamente com a investigação, disse que não sabia como a pesquisa foi realizada ou quais perguntas foram feitas.

“Em outras palavras, existe uma falta de clareza, uma falta de clareza para chegar a uma conclusão que não é lógica, não a consideramos como lógica”, disse o presidente da Conferência, cardeal Juan Jose Omella, aos repórteres.

A pesquisa indicou que mais de 0,5% dos espanhóis possivelmente sofreram abuso.

O ombudsman disse que, embora essa estimativa possa não ser precisa, os percentuais forneceram uma ideia de como isso pode ser considerado como um abuso geral.

Uma investigação interna da Igreja publicada em junho identificou 728 supostos abusadores sexuais entre o clero da Espanha e 927 vítimas desde a década de 1940. Isso se seguiu a uma reportagem de 2021 do jornal El Pais, que identificou mais de 1.200 supostos casos.

O relatório do ombudsman também solicitou a criação de um fundo estatal para indenizar as vítimas.


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