Incursão armada fecha a Linha Amarela após o falecimento de militar no Complexo da Cidade de Deus (RJ)

Um intenso tiroteio afetou a região da Cidade de Deus, na zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã de segunda-feira (19). A troca de tiros ocorreu em operação da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), que visava fiscalizar a produção e venda de gelo nas praias da Barra da Tijuca e do Recreio, após denúncias e laudos indicarem a presença de coliformes fecais no produto comercializado. Durante a ação, o agente José Antônio Lourenço foi morto em confronto na comunidade.

A Lamsa, concessionária que gerencia a Linha Amarela, informou que o incidente policial resultou na interdição da via expressa no sentido Fundão. Houve dois fechamentos temporários ao longo do dia, visando assegurar a segurança dos motoristas. A empresa adverte para possíveis novos bloqueios e solicita que os condutores acompanhem as orientações das autoridades.

Qual policial da tropa de elite do Rio de Janeiro faleceu na Cidade de Deus

O confronto também impactou o transporte público. De acordo com o Rio Ônibus, 19 linhas de ônibus tiveram que alterar seus itinerários devido à operação na Cidade de Deus. Este já é o quinto incidente desse tipo somente em maio, que acumula um total de 96 linhas desviadas por causa de ações policiais em comunidades do Rio.

Na nota, o Rio Ônibus voltou a pedir às autoridades de segurança pública por medidas mais eficazes que assegurem o direito de ir e de estar da população. “Reiteramos a necessidade urgente de se tomar providências para devolver o direito de viver em paz da população carioca”, diz o comunicado.

A rotina escolar também foi impactada. A Prefeitura Municipal de Educação suspendeu as aulas do período da tarde em todas as unidades da Cidade de Deus, em razão da segurança de alunos, professores e funcionários. Já a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro comunicou que, até então, uma escola da rede estadual teve que ser fechada devido às operações na região.

A Polícia Civil divulgou comunicado oficial, expressando pesar: “A perda de um de nossos agentes é sentida com dor e indignação. A Sepol se solidariza com os familiares, amigos e colegas neste momento de luto, também vivenciado por toda a instituição.”

De acordo com a corporação, as diligências para identificar os responsáveis pela morte do policial já estão em andamento.

Lourenço estava envolvido em uma vistoria da Delegacia do Consumidor (Decon) em um dos locais investigados em uma operação que apura a produção e venda de gelo contaminado com coliformes fecais, quando foi vítima de disparo de arma. Ele recebeu atendimento médico de colegas e foi encaminhado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas não sobreviveu aos ferimentos.

Fonte: CNN Brasil