Índia Inicia Teste de Chuva Artificial em Nova Déli
O país mais populoso do mundo, a Índia, iniciou nesta semana um teste com chuva artificial com o objetivo de melhorar a qualidade do ar da capital Nova Déli. A iniciativa foi anunciada nesta quinta-feira, 23, pela Ministra-Chefe da cidade, Rekha Gupta, através de uma postagem nas redes sociais.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O anúncio ocorreu logo após a cidade receber o Diwalli, uma comemoração hindu conhecida como “festival de luzes”. A poluição do ar da capital indiana atingiu níveis críticos, conforme dados do grupo suíço IQAir, e Nova Déli amanheceu coberta por uma fumaça tóxica.
O uso intenso de fogos de artifício durante o festival contribuiu para agravar a situação da qualidade do ar. A capital indiana enfrenta desafios significativos em relação à poluição atmosférica, impactando a saúde da população.
LEIA TAMBÉM!
Técnica de Semeadura de Nuvens
O governo de Nova Déli está utilizando a técnica de semeadura de nuvens. Essa técnica envolve a liberação de partículas de iodeto de prata na atmosfera, utilizando aviões ou drones. O objetivo é estimular a condensação da água já presente nas nuvens, promovendo a precipitação.
Cientistas explicam que a semeadura de nuvens não cria chuva, mas pode aumentar a quantidade de gotículas de água nas nuvens, elevando as chances de ocorrência de chuva. A eficácia da técnica depende da existência prévia de nuvens no céu.
Controvérsias e Desafios
Um estudo de 2020, publicado no Proceedings of the National Academies of Sciences, indicou que uma experiência de semeadura de nuvens pode resultar em até 10% mais precipitação do que ocorreria naturalmente. No entanto, a técnica ainda é objeto de debate na comunidade científica.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Professores Shahzad Gani e Krishna AchutaRao, do Centro de Ciências Atmosféricas de Nova Déli, questionaram a eficácia da semeadura de nuvens. Eles destacaram a falta de evidências sólidas sobre os efeitos a longo prazo dos produtos químicos utilizados e alertaram para os riscos para a saúde e o solo agrícola.
Os cientistas também ressaltaram que a técnica não aborda os problemas estruturais que contribuem para a poluição do ar na Índia, como emissões de veículos, queimadas agrícolas e poluição industrial.
