Um único bloco na Margem Equatorial, na região amazônica do Amapá, pode conter reservas de mais de 5,6 bilhões de barris de petróleo, mostram estudos internos da Petrobras.
Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, trouxe a informação nesta sexta-feira (29), ao defender a exploração da área com sensibilidade ambiental.
No momento em que a petroleira está procurando realizar perfurações em um poço na Bacia da Foz do Rio Amazonas, localizada na costa do Amapá, os comentários de Silveira acontecem. Este é um assunto polêmico que está causando discordância entre os ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
potencial de aproveitamento
O ministro Alexandre Silveira fez uma apresentação à Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados em maio, estimando a possibilidade de extrair 10 bilhões de barris de petróleo na foz do Amazonas.
o documento foi enviado à CNN pela assessoria do ministro. Nele, está mencionado que a exploração pode “resultar em 10 bilhões de barris de petróleo recuperáveis, em semelhança com as descobertas da Guiana e Suriname”. Em uma estimativa conservadora, a previsão é de que pelo menos 6 bilhões de barris possam ser explorados.
As reservas do pré-sal, segundo o ministério de Minas e Energia, são de 12 bilhões de barris.
Contenda
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em maio, negou a licença da Petrobras para a perfuração de um bloco na Foz do Amazonas.
“Não restam dúvidas de que Foram oferecidas todas as oportunidades À Petrobras para sanar pontos críticos de Seu projeto, mas que Este ainda apresenta inconsistências preocupantes para a operação segura em nova fronteira exploratória de alta vulnerabilidade socioambiental”, disse o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, em nota oficial à época.
Naquele período, a decisão foi contestada pela Petrobras. Apesar das críticas recebidas por políticos que apoiavam a exploração, o Ibama afirmou que a escolha seria baseada em critérios “técnicos” e executada por uma equipe “imensamente qualificada”.
O Ibama não mostrou sinais de recuo, e em julho a Petrobras comunicou que planejava remover a sonda que estava no Amapá, a fim de examinar a possível existência de petróleo na margem equatorial.
Em agosto, Lula expressou que o governo estava em processos internos de discussão sobre o assunto e, caso houvesse verificação da presença de recursos na região, seriam analisadas formas de explorá-los sem ocasionar qualquer dano ambiental.
*Com informações de Caio Junqueira, da CNN; e Reuters