Índice de confiança da indústria registra pior resultado de junho, aponta levantamento da FGV
O ISA apresentou, entre os seus critérios, uma redução de 4,4 pontos no indicador que avalia o volume de demanda, atingindo 97,6 pontos.

A confiança do setor produtivo no Brasil apresentou nova queda em junho, após um leve avanço no mês anterior, com a deterioração tanto do indicador sobre a situação atual do setor quanto da percepção em relação aos próximos meses, conforme divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (26).
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O Índice de Confiança da Indústria (ICI) registrou queda de 2,1 pontos em junho em relação ao mês anterior, atingindo 96,8 pontos, conforme dados da FGV. Este foi o menor nível alcançado em 2025. Em maio, o índice havia atingido o maior patamar do ano.
Após um mês positivo, a confiança da indústria registra sua maior queda no ano; observa-se uma demanda esfriada na maior parte dos segmentos entrevistados, mantendo aceso o alerta dos empresários sobre uma iminente desaceleração da atividade, disse Stéfano Pacini, economista do FGV Ibre.
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Em relação ao futuro, o resultado sinaliza pessimismo da indústria quanto ao futuro dos negócios, apesar do bom desempenho nas contratações, concluiu.
O Índice de Situação Atual (ISA), que mede o sentimento dos empresários sobre o momento presente do setor industrial, caiu 2,1 pontos no mês e atingiu 97,0 pontos, de acordo com a FGV.
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Já o Índice de Expectativas (IE), indicador da percepção sobre os próximos meses, registrou queda de 2,2 pontos em junho, atingindo 96,5 pontos.
O ISA apresentou, entre os critérios, uma redução de 4,4 pontos no indicador referente ao volume de demanda, para 97,6 pontos. A avaliação da situação presente dos negócios diminuiu 2,5 pontos, para 95,9 pontos, alcançando o valor mais baixo desde dezembro de 2023 (95,7 pontos).
Já para o IE, o principal fator para a perda se originou no quesito de produção para os próximos três meses, que caiu 4,7 pontos, atingindo 96,3 pontos, após quatro avanços consecutivos. Na mesma linha, a tendência dos negócios para os próximos seis meses apresentou queda de 3,7 pontos, para 91,7 pontos.
Considerando o cenário macroeconômico complexo, o resultado da pesquisa industrial reforça a expectativa de desaceleração da economia e o aumento da incerteza, especialmente com a política monetária restritiva, o que pode configurar um cenário desafiador para os próximos meses, conforme declarado por Pacini.
O Banco Central elevou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual neste mês, para 15% ao ano. A autarquia afirmou que deve cessar o ciclo de aumento das taxas de juros em julho, mas reiterou a sinalização da manutenção dos juros em nível elevado por um período prolongado.
O Brasil ocupa a segunda maior taxa de juros reais no mundo, após o aumento da taxa Selic.
Fonte por: CNN Brasil