Iniciativa institui o Dia Estadual da Gastronomia Preta visando a salvaguarda da memória e a geração de empregos e renda
A iniciativa é da deputada Marina do MST (PT-RJ) e inspirada no Festival Gastronomia Preta.

O Rio de Janeiro poderá dispor de uma nova data comemorativa em homenagem à valorização da cultura afro-brasileira: o Dia Estadual da Gastronomia Preta, a ser comemorado em 8 de novembro. A proposta foi apresentada nesta terça-feira (5) pela deputada estadual Marina do MST (PT) na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
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O projeto é resultado de uma articulação com o Festival Gastronomia Preta, evento anual que celebra os sabores, saberes e o empreendedorismo da população preta, parda e afro-indígena. “A criação do Dia Estadual da Gastronomia Preta é uma conquista coletiva. É um reconhecimento institucional que fortalece o movimento e amplia sua visibilidade”, explica a deputada Marina do MST, que também preside a Comissão de Segurança Alimentar da Alerj. Ela acrescenta que a celebração da gastronomia preta como patrimônio cultural é “uma forma de preservar a memória coletiva e, ao mesmo tempo, criar oportunidades econômicas reais para a população preta e parda”.
Para o curador do Festival Gastronomia Preta e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Breno Cruz, também conhecido como Preto Gourmet, que buscava maior apoio do poder público para a realização do Festival, a iniciativa da deputada foi uma surpresa positiva. “Após tantas conversas com representantes políticos que não avançaram, fomos surpreendidos positivamente com a proposta da deputada. Esse reconhecimento é simbólico, mas também político. Ele mostra que o Estado pode e deve apoiar as iniciativas que nascem nas periferias, nas cozinhas, nas quebradas”, disse Cruz.
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A edição deste ano do Festival já tem data e local definidos. Será realizado nos dias 7 a 9 de novembro, na Praça da Pira Olímpica, em frente ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no centro do Rio. O festival reúne barracas de comida, aulas-show com chefs e especialistas, oficinas formativas, apresentações culturais, rodas de conversa e palestras.
Além de um evento cultural, o Festival visa ser um espaço de geração de emprego e renda. Um dos principais pilares para que isso ocorra é o Curso Pretonomia, programa de extensão universitária da UFRJ, idealizado por Cruz com apoio do Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ). A iniciativa capacita pessoas negras e pardas em situação de vulnerabilidade para o mercado gastronômico. Ex-alunas do curso compõem o time de empreendedores presentes no evento. Destaque também para o Prêmio Gastronomia Preta, que homenageia diferentes categorias, como chefs, pesquisadores, fotógrafos, merendeiras, sommeliers, garçons e profissionais de boteco, entre outros agentes da cadeia produtiva da gastronomia negra em todo o país.
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O projeto de lei agora prossegue para análise nas comissões temáticas da Alerj.
Fonte por: Brasil de Fato