Inteligência artificial pode auxiliar no diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) através da análise da imagem da retina, aponta estudo
29/04/2025 às 12h29

Além da visão, os olhos podem ser importantes para a detecção de uma condição comportamental. Pesquisadores sul-coreanos desenvolveram um sistema de inteligência artificial que consegue diagnosticar o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) com cerca de 97% de precisão analisando apenas imagens da retina. O estudo foi publicado no periódico NPJ Digital Medicine, do grupo Nature, em março.
Uma equipe de pesquisa, coordenada por especialistas da Universidade Yonsei, na Coreia do Sul, desenvolveu modelos de aprendizado de máquina para detectar a presença de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade a partir de imagens da retina. Os quatro modelos avaliados apresentaram um desempenho superior, com a melhor opção atingindo 96,9% de exatidão com base em uma única análise das fotografias.
Os autores, no artigo publicado, afirmam que a análise de fotografias do fundo da retina apresenta potencial como biomarcador não invasivo para a detecção de TDAH e para a identificação de déficits de função executiva no domínio da atenção visual.
O estudo considerou 646 participantes, incluindo 323 com diagnóstico de TDAH e 323 sem o transtorno, emparelhados por idade e sexo. Os pesquisadores identificaram que a IA apresentou resultados positivos em diversas medidas na previsão do TDAH, além de ser eficiente na identificação de características típicas do transtorno, como a dificuldade com a atenção seletiva visual.
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Diversas outras técnicas de aprendizado de máquina já estavam sendo testadas para a detecção do TDAH, incluindo exames oculares e testes comportamentais. Contudo, embora o novo método não seja o mais preciso em termos de números brutos, ele é rápido, fácil de aplicar e executar.
Pesquisadores estão buscando avaliar a tecnologia em grupos maiores e com diferentes faixas etárias. No estudo atual, a idade média dos participantes era de 9,5 anos. Além disso, eles visam ampliar o alcance do sistema, pois testes subsequentes revelaram que a IA apresentava dificuldades em distinguir o autismo do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade.
A identificação e o tratamento precoces podem otimizar o desempenho social, familiar e escolar em pessoas com TDAH.
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Fonte: Metrópoles