Investigação aponta que prefeito de Palmas recebeu informações comprometidas do STJ
Eduardo Siqueira Campos foi detido pela Polícia Federal sob acusação de ter recebido informações prévias sobre decisões e atividades.

A Polícia Federal deteve o prefeito de Palmas, José Eduardo de Siqueira Campos (Podemos), na sexta-feira (27.jun.2025), sob suspeita de envolvimento em esquema de vazamento de informações sigilosas do STJ (Superior Tribunal de Justiça). A operação também resultou na prisão de um advogado e um policial civil.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O veículo “Fantástico”, da TV Globo, obteve acesso às mensagens que evidenciaram o funcionamento do sistema.
A investigação revelou que o prefeito recebia informações prévias sobre pareceres da PGR, decisões judiciais e operações policiais.
LEIA TAMBÉM:
● Ministra Padilha publica edital para médicos especialistas no SUS
● Proprietário do New York Jets compra parte das ações do Crystal Palace
● EUA anunciam que irão processar importadores que tentarem contornar tarifas
Formulário de cadastro
As mensagens encontradas indicam comunicações breves e, em muitos casos, criptografadas entre os participantes. O esquema estava em funcionamento há pelo menos um ano e meio, com a troca contínua de informações privilegiadas.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O grupo funcionava de maneira organizada. O advogado Antônio Ianowich Filho exercia a função de ligação direta com o Judiciário, e o policial civil Marco Augusto Velasco Albernaz consultava sistemas internos para acompanhar os alvos de investigação.
Um funcionário do gabinete de um ministro do STJ suspeito de repassar documentos confidenciais a um grupo.
O Supremo Tribunal Federal analisa o caso devido à participação de indivíduos com foro especial. As investigações revelam que o grupo consultava documentos e informações restritas acerca de inquéritos e decisões antes de seu lançamento público.
Em uma das mensagens enviadas ao prefeito em novembro de 2024, constava o alerta: “Grandes chances de o governador ser afastado amanhã. Confirmado o parecer”. Em outra conversa, quando o prefeito questionou: “Você acha que vai ser amanhã de manhã?”, recebeu como resposta: “São 16 homens, 4 equipes da PF. Chegaram por terra”.
O esquema operava primariamente em Palmas, capital do Tocantins, contudo existiam conexões em Brasília, local de origem das informações secretas do STJ. As mensagens indicam que o grupo acompanhava ações que seriam realizadas no Estado.
O ministro Cristiano Zanin, do STF, decretou a detenção dos três investigados e o afastamento do prefeito. Além disso, determinou o bloqueio de passaportes. O tribunal destacou a persistência do grupo, que seguiu com os vazamentos mesmo após operações anteriores realizadas no Tocantins.
As mensagens interceptadas revelam comunicações entre os investigados, com expressões como: “Oi, chefe. STJ andou tudo”. Em outra mensagem enviada ao prefeito, um dos contatos afirmou: “É uma fonte minha de Brasília. Disse que a decisão sai em horas”.
A identidade do servidor do STJ sob suspeita de vazamento de informações ainda não foi divulgada, assim como o volume total de documentos acessados pelo grupo. A investigação segue em curso no STF.
A defesa do prefeito declarou em nota oficial que ele confia no Poder Judiciário e tem certeza de que tudo será esclarecido.
O policial Marco Albernaz afirmou sua inocência e comunicou que interporá recurso contra a decisão. A defesa de Antônio Ianowicz Filho não pôde ser contatada para se manifestar sobre o caso. O STJ declarou que não se manifesta em relação a investigações em curso no STF.
Fonte por: Poder 360