Investigação apura o motivo pelo qual indivíduos associados ao Núcleo 3 do golpe abandonaram o plano de assassinato do ministro Alexandre de Moraes

Militares envolvidos na tentativa de golpe estão sob investigação do STF nesta terça-feira, 20.

20/05/2025 15h07

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(Imagem de reprodução da internet).

A Polícia Federal determinou que o plano de assassinato do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, previsto para 15 de dezembro de 2022, não se concretizou em razão da negativa do comando do Exército em participar do golpe de Estado.

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A avaliação se baseia no relatório em que a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro (PL) e 36 outros indivíduos pela conspiração de 2022. O documento serviu de fundamento para a Procuradoria-Geral da República denunciar o ex-presidente e 33 demais por envolvimento no caso.

A acusação da Procuradoria-Geral da República indica que indivíduos utilizando apelidos coordenaram um esquema para capturar e assassinar Moraes. Dois dos supostos envolvidos nesta conspiração podem ser julgados no STF na terça-feira, 20: o tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo e o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira.

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Em novembro de 2024, a PF deflagrou a Operação Contragolpe e prendeu quatro militares do Exército ligados às forças especiais, conhecidos como “kids pretos”: Rodrigo Bezerra, Rafael Oliveira, o general Mário Fernandes e o tenente-coronel Helio Ferreira Lima. Outro preso foi o policial federal Wladimir Matos Soares, também alvo do processo desta terça-feira.

A polícia obteve acesso a mensagens de um grupo de conversas denominado “Copa 2022”, criado por indivíduos envolvidos em tentativas de golpe, com o propósito de monitorar Moraes. Os agentes participantes utilizaram codinomes de países, incluindo Alemanha, Áustria, Japão e Gana.

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Apesar das pressões sofridas, o general Freire Gomes e a grande parte do alto comando do Exército mantiveram a posição institucional, não aderindo ao golpe de Estado. Tal fato não gerou confiança suficiente para o grupo criminoso avançar na consumação do ato final, e, por isso, o então presidente da República Jair Bolsonaro, embora tivesse o decreto pronto, não o assinou. Com isso, a ação clandestina para prender/executar o ministro Alexandre de Moraes foi abortada.

A Polícia Federal investiga que Bolsonaro organizou reuniões com comandantes militares e com o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Gomes Freire, Baptista Júnior e Almir Garnier chefiavam as Forças Armadas.

Na manhã de 7 de dezembro de 2022, por exemplo, após realizar pessoalmente ajustes na minuta do golpe, Bolsonaro convocou ao Alvorada os chefes militares, para apresentar o documento e pressionar as Forças Armadas a aderirem ao plano de abolição do Estado Democrático de Direito, conforme o relato da PF.

Garnier e Paulo Sérgio se uniram à intenção golpista, enquanto Freire Gomes e Baptista Júnior se manifestaram contra a ruptura institucional.

Em 15 de dezembro, Mário Fernandes encaminhou uma mensagem ao general Luiz Eduardo Ramos, então secretário-geral da Presidência, informando que Freire Gomes estaria indo ao Palácio da Alvorada para aparentemente manifestar sua concordância com o golpe.

“Jovem negro, algumas fontes indicaram que o comandante da Força sinalizaria hoje, compareceu ao Alvorada para informar ao presidente que ele podia dar ordem”, dizia a mensagem, segundo a transcrição da PF.

Freire Gomes realmente esteve no Alvorada, como fez Ramos. Contudo, não ocorreu adesão institucional do Exército à ruptura.

Fonte: Carta Capital

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