Investigações apontam para ações de chantagem envolvendo Trump com o objetivo de proteger Bolsonaro e obter benefícios comerciais em território nacional
Protestos aconteceram em 11 cidades do Brasil.

Ações contra os ataques perpetrados pelo governo de Donald Trump contra o Brasil e em defesa da soberania nacional iniciaram-se nesta sexta-feira (1º) em diversas cidades do país. A iniciativa “Quem manda no Brasil é o povo brasileiro! Contra a tarifação de Trump” é uma parceria entre a União Nacional de Estudantes (UNE) com as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo e outros movimentos populares.
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As manifestações ocorreram hoje em frente às representações diplomáticas dos EUA e no centro da capital.
O tarifário configura-se como uma estratégia de chantagem comercial para defender os interesses dos Estados Unidos no nosso país. A anistia de Jair Bolsonaro (PL) e dos demais golpistas, o interesse em impedir a regulamentação das grandes empresas de tecnologia, que avança, e a busca por um país submisso, afirmou Bianca Borges, presidenta da UNE, ao Brasil de Fato.
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Se Donald Trump acreditou que nos manteríamos de joelhos, nós respondemos em pé. Construímos um marco de 10 de julho, um dia após o anúncio das tarifas e agora estamos ocupando as ruas de todo o país para declarar que, para nós, a soberania não se negocia, que continuamos apoiando o Estado Democrático de Direito, o regular funcionamento de nossas instituições de acordo com a legislação brasileira e não de acordo com os interesses de Donald Trump e dos imperialistas do nosso país.
O Brasil já sofreu muitos ataques de potências imperialistas ao longo de sua história. Neste momento, estamos aqui para declarar que não toleraremos mais essa tentativa de intervenção estrangeira em nosso país. O povo brasileiro rejeita o plano e quer que Bolsonaro e os golpistas sejam julgados.
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Consulte a seguinte lista de atos.
Milton dos Santos Rezende (o Miltinho), da direção executiva da CUT, declarou que as reivindicações dos atos incluem, além da defesa da soberania nacional, o fim da escala 6×1; isenção do imposto de renda para até R$ 5 mil; taxação dos super-ricos; redução da jornada de trabalho; não à PL da Destruição; contra a pejotização irrestrita; e o fim do genocídio em Gaza.
É uma agressão à interferência no Judiciário brasileiro, uma interferência na soberania. O único país que teve elemento político colocado nas tarifas foi o Brasil. Não é uma questão só comercial. É uma intervenção na soberania do país, disse ele.
Alguns setores apresentarão um acordo mais rápido, como o da madeira, restrito aos Estados Unidos, e o do ferro-gusa. Mesmo nesses casos, existem diversos mecanismos para manter os empregos por seis a oito meses sem a necessidade de demissões. Defendemos a abertura de negociações com esses setores e o governo federal para encontrar soluções que evitaram o desemprego e o fechamento dessas empresas.
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Em São Paulo, a manifestação pacífica aconteceu em frente ao consulado americano, sendo acompanhada por dezenas de policiais militares. Partidários de diversos grupos protestaram, gritando consignas e queimando uma estátua de Donald Trump.
As medidas foram agendadas para esta sexta-feira, em razão da implementação da tarifação – aumento de 50% nas taxas para as exportações brasileiras para os EUA, com algumas exceções – que entraria em vigor, tendo sido adiado para o dia 7 de agosto. Inicialmente, a acusação americana alegava que o processo judicial que investiga a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro na tentativa de golpe, após perder as eleições de 2022, configuraria perseguição.
Eduardo Bolsonaro, filho de Jair, deputado federal residente nos EUA, foi apontado como autor de taxas contra o Brasil.
Eduardo Bolsonaro, portanto, foi um dos alvos dos protestos, devido a sua suposta conspiração contra o país. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que passou a usar a camisa com slogan MAGA (Make America Great Again, or Make America Great Again, in translation), também foi lembrado.
A tentativa de Bolsonaro de prejudicar o país para livrar Jair da prisão não obteve o resultado esperado. O projeto de anistia, que apresentava possibilidades reais de aprovação na Câmara dos Deputados, foi retirado da pauta indefinidamente. A popularidade de Lula reverteu a tendência de queda e a aprovação já supera a desaprovação, com a maioria da população considerando inadequada a tentativa de Trump de interferir na Justiça brasileira, conforme apurado pelo Datafolha.
O governo Lula continua, por meios diplomáticos, a negociar com os EUA para reduzir os impactos da tarifação. Especialistas indicam que as altas taxas representam sanções políticas e buscam vantagens, como acesso a terras raras – cruciais para a indústria de tecnologia –, apoio a grandes empresas financeiras americanas através de ataques ao Pix e a falta de regulação das grandes empresas de tecnologia.
Fonte por: Brasil de Fato