Investimento em adaptação às mudanças climáticas apresenta elevado retorno financeiro, aponta pesquisa

Investigadores avaliaram a gestão de riscos físicos, a expansão dos serviços de saúde e a proteção contra inundações urbanas.

07/06/2025 9h53

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(Imagem de reprodução da internet).

A cada dólar investido em adaptação climática, são gerados outros US$ 10 em benefícios ao longo de dez anos, conforme um estudo do WRI (World Resources Institute), que avaliou ações em 12 países em um total de US$ 133 bilhões em investimentos.

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A análise considerou as finanças de 320 projetos, que somados apresentaram um potencial de retorno superior a US$ 1,4 trilhão ao longo de uma década.

Os pesquisadores apontaram que foram levados em conta apenas investimentos destinados à diminuição ou administração de riscos climáticos físicos, tais como a agricultura adaptada ao clima, a expansão dos serviços de saúde e a proteção contra inundações urbanas. As análises indicaram que 50% dos retornos ocorreram mesmo sem que houvesse ocorrência de eventos.

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Os investimentos apresentaram vantagens relevantes e distintas nos três tipos de dividendos considerados: redução de perdas; benefícios econômicos gerados, incluindo empregos e produtividade; e vantagens socioambientais. “Um dos resultados mais importantes é que os projetos de adaptação não necessitam de desastres para produzir valor. Eles geram benefícios diariamente: mais empregos, mais saúde e economias locais mais robustas”, afirmou o pesquisador sênior do WRI, Carter Brandon.

A pesquisa indica que o investimento em adaptação produz esse efeito devido ao seu valor fixo e à sua capacidade de impulsionar o desenvolvimento de maneira sustentável. Por exemplo, a proteção de uma zona costeira permite o aproveitamento de serviços ecossistêmicos, como um habitat saudável para peixes e mariscos, além de manter uma área com benefícios para o lazer. “Uma boa adaptação também é um bom desenvolvimento”, ressalta o relatório.

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Motivação de investidores

A combinação de adaptação e mitigação foi notada nas iniciativas examinadas, das quais cerca de 40% resultaram na diminuição de emissões de gases de efeito estufa. Os pesquisadores apontam que isso possibilita maior acesso a recursos financeiros relacionados às mudanças climáticas e ao mercado de carbono.

A análise indica que os retornos financeiros médios desses investimentos atingem 27%, embora em determinados setores, como o da saúde, possam superar os 78%. Apenas 8% das avaliações econômicas consideraram o valor monetário dos dividendos.

Este índice, segundo o estudo, aponta para uma necessidade de aprimoramento no método de avaliação conduzido por bancos multilaterais de desenvolvimento e outras instituições de financiamento, como fundos e governos. “A melhoria da percepção dos diferentes resultados dos investimentos em adaptação poderia incentivar os investidores e diminuir a lacuna de financiamento da adaptação”, relatou o estudo.

Dan Ioschpe, campeão de alto nível da COP30, ressaltou a importância da pesquisa para impulsionar investimentos entre setores não governamentais. A COP30 será realizada em novembro em Belém, no Pará.

Com informações da Agência Brasil.

Fonte por: Poder 360

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