Investimento externo, redução da pressão sobre o mercado e taxas de juros elevadas impulsionam alta histórica do Ibovespa

O Ibovespa encerrou na terça-feira (13) em patamares superiores a 138 mil pontos, impulsionado por um cenário favorável; a agenda fiscal pode limitar o movimento de alta.

13/05/2025 20h36

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(Imagem de reprodução da internet).

A alta de 1,76% do Ibovespa e a marca recorde de 138.963 pontos nesta terça-feira (13) foram explicadas por analistas pela injeção de capital estrangeiro, acordo temporário entre China e Estados Unidos e expectativa do fim de alta dos juros.

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No entanto, essa dinâmica favorável pode ser ameaçada por questões fiscais, bem como por alterações nas projeções da política monetária e o resultado do conflito comercial.

A analista de renda variável da Rico, Bruna Sene, informou que investidores estrangeiros injetaram R$ 6 bilhões na bolsa de valores brasileira em maio. O montante total aplicado por investidores internacionais no mercado de ações até 2025 alcança R$ 16 bilhões.

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Segundo Sene, o fluxo estrangeiro é o fator primordial para o rompimento da recorde da bolsa.

O aumento das incertezas nos Estados Unidos, historicamente um grande centro financeiro, é um elemento chave para explicar o recorde, argumenta-se, pois impulsiona a rotação das carteiras globais, com a saída de parte do fluxo de capital para países emergentes, como o Brasil.

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O documento indica que os papéis preferenciais para estrangeiros abrangem os setores de varejo, construção civil e bancário, além de Vale e Petrobras.

A analista de renda variável da Rico argumenta que o preço das ações negociadas na Bovespa é favorável para investidores estrangeiros, apresentando múltiplos abaixo da média histórica.

A interpretação de que o Banco Central havia encerrado o ciclo de juros também contribuiu para a valorização da bolsa de valores brasileira, conforme consta na ata divulgada pela manhã desta terça-feira.

O Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa para 14,75% ao ano, o nível mais alto em quase duas décadas.

“Observamos o encerramento do período de taxas de juros elevadas. O mercado tende a prever os movimentos”, afirma Sene.

Na última segunda-feira (12), Estados Unidos e China concordaram em diminuir suas tarifas punitivas, aplicadas em abril, por 90 dias. Washington reduziu suas taxas de 145% sobre produtos chineses para 30%, e Pequim diminuiu as tarifas de 125% sobre importações norte-americanas para 10%.

A decisão também gerou impacto no Brasil.

O diretor de renda variável da Veedha Investimentos, Rodrigo Moliterno, considera que o acordo bilateral proporcionou alívio ao mercado financeiro, eliminando a volatilidade e a incerteza da possível escalada da guerra comercial.

A alta das taxas de juros é prejudicial para todos. Essa situação externa está contribuindo para o aumento dos valores nos mercados, e o Ibovespa está se beneficiando desse contexto.

Nos próximos meses, Moliterno acredita no encerramento do aumento da taxa básica de juros e, se o Comitê de Política Monetária (Copom) confirmar reduções da Selic no segundo semestre, isso pode impulsionar ainda mais o mercado de ações.

Os investidores acreditam que a taxa Selic pode começar a cair, o que tem impulsionado o desempenho positivo do Ibovespa nos últimos dias. Recorda que, apenas em maio, o Ibovespa registrou alta de 2,90% e, no ano, alta de 15%.

A analista de renda variável da Rico destaca que as questões fiscais no Brasil representam um fator de preocupação e podem impactar a valorização das ações da Ibovespa.

Sene conclui que há necessidade de cautela e seletividade para o investidor, sugerindo uma carteira equilibrada e acompanhamento atento, devido aos desafios do cenário doméstico.

Brasil pode liderar a transição para um mercado de baixo carbono.

Fonte: CNN Brasil

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