Investimento tributado como alternativa à declaração do Imposto sobre Operações Financeiras: como se comportam os investimentos com as novas regras

Em curto prazo, há expectativa de aumento na procura por ativos isentos de imposto.

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(Imagem de reprodução da internet).

Aprovada recentemente pelo governo, a medida provisória que eleva o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) deverá elevar os custos para as empresas e reduzir o interesse de alguns investimentos, segundo análises de especialistas da CNN. O investidor poderá perceber o impacto das novas taxas em seu orçamento a partir de janeiro de 2026.

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Devido a mudanças na tributação de vários ativos, incluindo Fundos Imobiliários (FIIs), Letras de Crédito, CRI, CRA e debêntures incentivadas, que anteriormente estavam isentos de Imposto de Renda (IR).

Criptoativos também passaram a integrar a categoria de investimentos tributáveis e não estão mais sujeitos a isenção nas operações até o valor de R$ 35 mil.

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De acordo com primeiras análises de especialistas da CNN, a Medida Provisória não deverá impactar significativamente a atividade econômica, porém pode elevar os custos para as empresas e reduzir incentivos a determinados investimentos.

Solange Srour, diretora de macroeconomia do UBS e comentarista da CNN Money, declarou que não se deve prever uma queda de investimentos em setores como agro, imobiliário e de infraestrutura, que apresentam grande potencial.

“O que teria com as novas tributações é uma rentabilidade menor para o investidor, mas não acho que seria uma tragédia em termos de atividade econômica”, afirmou Srour.

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João Ferreira, sócio da One Investimentos, destacou que pode ocorrer uma diminuição do interesse em certos investimentos, como os Fundos de Investimento Imobiliário – que agora terão 5% de IR sobre os dividendos.

Ferreira ressaltou, contudo, que o imposto sobre ganhos de capital é considerado positivo, tendo em vista que foi estabelecido em 17,5% e anteriormente situava-se em 20%.

Um outro aspecto relevante é o aumento de custos para as empresas, visto que muitas empregam Juros sobre Capital Próprio (JCP) como método de remuneração aos acionistas.

Os JCP, que apresentavam retenção de 15% de IR sobre os rendimentos, tiveram sua alíquota aumentada para 20%.

Em relação ao juros sobre capital próprio, é importante considerar que as empresas provavelmente sofrerão alguns efeitos. O primeiro deles é que o JCP se torna um mecanismo menos interessante de remuneração aos acionistas, o que tende a deixar a distribuição de dividendos mais vantajosa que a de JCP, conforme afirmou Ferreira.

A especialista destacou que o aumento da alíquota aumentará a carga tributária sobre as empresas, uma vez que estas apresentarão um lucro tributável maior, mais imposto a pagar.

Isso, afeta o lucro líquido e a produção de caixa disponível, o que é preocupante, sobretudo para setores com margens mais estreitas, afirmou Ferreira.

Todas as situações levam a uma modificação na composição do capital e no planejamento tributário dessas empresas, que, por consequência, precisarão se reorganizar devido a uma alíquota de IR reduzida.

A procura por isenções tem crescido.

Em curto prazo, especialistas preveem um aumento na procura por títulos que antes estavam isentos, como letras de crédito, CRI, CRA e debêntures incentivadas.

Ferreira, sócio da One Investimentos, prevê um crescimento na demanda – tanto para investidores de varejo quanto para institucionais – por ativos incentivados até dezembro, devido à expectativa de isenamento fiscal.

“É necessário realizar um grande investimento para se posicionar nesses ativos disponíveis atualmente, pois, caso seja adiado para o próximo ano, haverá essa tributação que poderá reduzir a rentabilidade do título”, declarou Ferreira.

Marcos Camilo, diretor da Pulse Capital, ademais aponta que pode ocorrer uma movimentação de recursos para ativos negociados no mercado aberto, devido ao aumento do custo dos títulos lastreados.

Em síntese, o aumento dos custos de investimento para os investidores diminui sua rentabilidade. Adicionalmente, o custo de capital para as empresas eleva-se. Finalmente, haverá também um direcionamento de capital para os títulos públicos que se tornam mais atraentes, afirmou Camilo.

Verifique as alterações nos investimentos que constam na MP 1.303/2025:

O mercado de trabalho apresenta uma disputa entre a prática do quiet quitting e a quiet hiring.

Fonte por: CNN Brasil

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