Irlanda começa a preparar-se para a exumação de 796 crianças falecidas em um asilo religioso

Em conclusões apresentadas em 2021, a comissão que avaliou os casos apontou taxas de mortalidade infantil “preocupantes”, indicando que cerca de 9.000 crianças faleceram em estabelecimentos semelhantes.

16/06/2025 17h59

1 min de leitura

Imagem PreCarregada
(Imagem de reprodução da internet).

Após mais de 10 anos da identificação de uma fossa onde jazem 796 bebês e crianças, anteriormente um lar religioso na Irlanda, iniciaram-se os preparativos para as primeiras exumações nesta segunda-feira (16). O perímetro foi demarcado devido ao início das exumações que ocorrerão no próximo mês. Em 2014, a historiadora irlandesa Catherine Corless comprovou que diversos menores, desde recém-nascidos até crianças de nove anos, faleceram no abrigo Santa Maria do Bom Socorro de Tuam, localizado a 200 quilômetros a oeste de Dublin.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Suas investigações permitiram localizar o sítio onde seus corpos foram enterrados: a antiga fossa séptica do lar administrado por religiosas católicas. Essa instituição para mulheres grávidas não casadas e suas crianças foi desmantelada em 1972, porém a fossa séptica permaneceu intacta. Restos humanos de bebês já foram encontrados nesse local nas primeiras buscas realizadas entre 2016 e 2017. O trabalho de Catherine Corless facilitou a criação de uma comissão de investigação nacional sobre os maus-tratos infligidos nesses lares a mães e crianças.

Em suas conclusões entregues em 2021, a comissão destacou níveis de mortalidade infantil “alarmantes” nessas instituições, onde 9.000 crianças morreram, segundo indicou. No total, 56.000 mulheres solteiras e 57.000 crianças passaram por 18 abrigos desse tipo na Irlanda entre 1922 e 1988. “Quando comecei esse projeto, ninguém queria me escutar (…). Eu suplicava: tirem os bebês dessas tubulações, vocês têm que oferecer a eles o enterro cristão digno que lhes foi negado”, contou a historiadora de 71 anos à AFP.

LEIA TAMBÉM:

Naqueles tempos, mulheres grávidas solteiras eram detidas nesses estabelecimentos mediante ordem do governo irlandês e da influente Igreja Católica, que os administravam em conjunto. Realizavam abortos antes de serem afastadas de seus filhos, frequentemente entregues à adoção.

Com informações da AFP, publicado por Fernando Dias.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Fonte por: Jovem Pan

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.