Investigação da Polícia Federal na Operação Mafiusi
A Polícia Federal (PF) está conduzindo a segunda fase da Operação Mafiusi, onde foram identificados depósitos de R$ 120 mil relacionados a Patrícia Soriano, irmã de Roberto Soriano, conhecido como Tiriça. Ele é membro da Sintonia Final do Primeiro Comando da Capital (PCC) e rival de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. A PF revelou que Patrícia recebeu R$ 40 mil diretamente dos operadores do esquema, além de R$ 80 mil enviados a empresas onde ela seria sócia oculta.
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Mensagens obtidas do celular de Klaus Cristhian Volker, preso na quinta-feira (16) e considerado o principal operador da rede criminosa, mostram a conexão entre ele, o ex-policial e doleiro Maicon Adriano Vieira Maia, e Patrícia Soriano. As conversas indicam que Patrícia estava envolvida com as empresas Artek Automatização e Refrigeração e Dakor Comércio e Representações de Roupas, que a PF classifica como fachadas para lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas.
Transferências e Conexões Criminosas
Em dezembro de 2022, Volker e Maicon discutiram transferências para empresas ligadas à irmã do chefão do PCC, conhecido por sua violência. Maicon enviou a Klaus os dados da Artek para transferências, e Klaus respondeu com as informações da conta de Patrícia. Após algumas solicitações, Maicon enviou comprovantes de transferências: R$ 80 mil para a Dakor e R$ 40 mil diretamente para Patrícia, ambas da RMD, empresa de Maicon.
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Patrícia Soriano é viúva de Edmilson de Menezes, o Grilo, que foi líder da facção e faleceu em outubro de 2024. Antes de sua morte, Grilo mantinha contato com Klaus através de seu irmão, Edilson. Grilo também era associado a Willian Barile Agati, conhecido como ‘Concierge do PCC’, e ambos teriam se aliado a traficantes da Máfia dos Bálcãs e da ‘Ndrangheta, uma das organizações criminosas mais poderosas da Europa.
Imóveis e Arquivamento de Investigações
Em julho de 2023, o irmão de Grilo intermediou a compra de um imóvel em nome do marido de Patrícia. Mensagens indicam que Klaus atuou como intermediário, repassando ordens do líder do PCC ao advogado responsável pelo contrato do imóvel. Em outubro, Klaus enviou um documento do Ministério Público de São Paulo que confirmava o arquivamento de uma investigação contra Grilo por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, celebrando o desfecho do caso.
Histórico de Patrícia Soriano
Patrícia já havia sido mencionada na primeira fase da Operação Mafiusi, que começou em março de 2025, revelando transferências de empresas de transporte público para a facção criminosa. A PF identificou que a Movebuss, responsável por 630 ônibus em São Paulo, fez transferências para pessoas ligadas ao PCC, incluindo Patrícia, que teria recebido R$ 227.918,38.
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A PF também encontrou indícios de um padrão de vida luxuoso da família Soriano, com publicações que exibiam viagens internacionais e bens caros. O delegado Eduardo Verza, do GISE, comentou sobre a ostentação nas redes sociais, destacando as viagens da família a destinos como Paris e Milão.
Resposta do Advogado
O advogado Eduardo Maurício, que representa Willian Agatti, afirmou que Agatti não foi alvo de busca ou prisão na Operação Mafiusi e que ele provará sua inocência. Ele espera uma decisão do STJ sobre o Habeas Corpus que pede a revogação da prisão preventiva e pretende contestar nulidades no processo.
