Israel assassina ícone do futebol palestino e totaliza mais de 1.500 mortos em fila por comida em Gaza
O ex-jogador da seleção Suleiman Al-Obeid faleceu após sofrer um ataque durante a espera por assistência humanitária.

O ex-jogador da seleção da Palestina, Suleiman Al-Obeid, faleceu na quarta-feira (6) após ser atingido por forças israelenses enquanto esperava assistência humanitária no sul da Faixa de Gaza. A informação foi confirmada pela Federação Palestina de Futebol (PFA), que divulgou uma declaração sobre o ocorrido.
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Ele se torna mais uma vítima de uma prática que se tornou comum. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 1.560 palestinos foram mortos por forças israelenses ao tentar acessar ajuda humanitária em Gaza.
Quinze dos palestinos mortos na terça-feira (5) foram executados por soldados israelenses ao se aproximarem de pontos de distribuição de alimentos administrados pelo Fundo Humanitário Global, com apoio dos Estados Unidos e Israel.
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Nascido em 1984, em Gaza, Al-Obeid tinha 41 anos, era casado e pai de cinco filhos – dois meninos e três meninas. A organização afirma que ele estava entre os civis que aguardavam alimentos quando foi atingido por disparos. Era conhecido por sua destreza e rapidez, com apelidos como “Pelé do futebol palestino”, “gazela” e “joia negra”.
A trajetória do atacante teve início no clube Khadamat Al-Shati (Serviços da Praia). Posteriormente, atuou no Centro Juventude Al-Amari, na Cisjordânia ocupada, e depois pelo Gaza Sports Club. Ele também representou a seleção nacional, onde realizou 24 jogos internacionais e obteve mais de 100 gols em sua carreira.
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O esporte enfrenta desafios significativos.
Com a morte de Al-Obeid, o número de integrantes da comunidade esportiva palestina falecidos desde o início da guerra de Israel contra Gaza atingiu 662, de acordo com a federação. Desses, 321 eram membros diretamente da estrutura do futebol – incluindo jogadores, treinadores, árbitros, dirigentes e funcionários de clubes.
Organizações de defesa dos direitos humanos solicitaram à Federação Internacional de Futebol (Fifa) a suspensão de Israel devido às violações praticadas contra atletas palestinos. A PFA também denuncia a participação de clubes israelenses sediados em assentamentos ilegais na Cisjordânia em competições nacionais, o que desafia as normas da própria Fifa contra a discriminação.
Famintos e agressões em áreas de assistência.
A operação israelense em Gaza, que teve início em 7 de outubro de 2023, já ceifou a vida de pelo menos 61.158 pessoas e resultou em mais de 151 mil feridos, conforme dados do Ministério da Saúde do território. A escassez de alimentos se intensifica: a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que famílias palestinas estão enfrentando dias sem se alimentar. O número de mortes por inanição atingiu 193, incluindo cinco casos nas últimas 24 horas.
Organizações da ONU e agências humanitárias criticam as autoridades israelenses por restringirem severamente a entrada de ajuda e profissionais de saúde na Faixa de Gaza. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que o número de equipes médicas impedidas de entrar aumentou em quase 50% desde março – 102 profissionais, incluindo cirurgiões e especialistas, foram barrados.
De acordo com o vice-porta-voz do secretário-geral da ONU, Farhan Haq, Israel restringe a entrada de ajuda a apenas dois pontos de passagem: Karem Abu Salem (Kerem Shalom) e Zikim. “Isso dificulta nosso trabalho em um momento em que todos os obstáculos devem ser removidos para salvar vidas”, declarou Haq.
Fonte por: Brasil de Fato