O diretor do Hospital al-Shifa, em Gaza, declarou que os hospitais da região informaram sete óbitos, incluindo uma criança, causados por fome e desnutrição nas últimas 24 horas. Esse número totaliza 169 palestinos que faleceram por inanião desde que Israel iniciou a ofensiva contra o enclave palestino em 2023, com 93 crianças entre os mortos.
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Muitas crianças em Gaza estão sofrendo danos colaterais relacionados à fome intencional promovida pelo governo israelense, incluindo atrofia cerebral – a perda de neurônios ou conexões cerebrais, levando à diminuição do tamanho do cérebro.
Relatos médicos indicam que 30 indivíduos perderam a vida em Gaza, na Faixa de Gaza, somente na manhã deste sábado (2), dos quais 13 estavam buscando assistência humanitária. Segundo o Ministério da Saúde Palestino, nas últimas 24 horas, no mínimo 98 pessoas foram mortas e 1.079 ficaram feridas em ataques israelenses, incluindo 39 pessoas que esperavam receber ajuda alimentar.
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Com isso, o número de mortos nos ataques desde outubro de 2023 atingiu 60.430, com 148.722 feridos. Israel continua atacando a população, e fontes médicas no norte de Gaza relatam que 80% das ambulâncias da área foram destruídas e que militares israelenses frequentemente impedem que os veículos restantes cheguem aos feridos.
Como cães
As doações aéreas de alimentos para Gaza deveriam trazer alívio. Contudo, as grandes caixas de madeira se desfazem ao tocar o chão, forçando as pessoas a procurar os restos da comida na areia e a remover o que for possível do piso.
De acordo com a reportagem da rede Al Jazeera, os palestinos se sentem profundamente envergonhados com a maneira como recebem a assistência. “Nós somos como cães correndo atrás de um osso. Por que eles fazem isso? Não querem que nos ajudem dessa forma?”, declarou Rana Attia, uma palestina deslocada em Gaza.
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Outra palestina, Eslam al-Telbany, também deslocada pelos ataques de Israel, relatou que fugiu em busca de auxílio. “Corri e meus filhos rezaram para que eu retornasse com comida. Eles não comem nem bebem nada há dois dias”, declarou, emocionada. “Tenho medo que eles estejam esperando que eu os alimente”, disse, descontrolando-se em lágrimas.
A área de Gaza enfrenta não apenas o reduzido número de veículos de ajuda humanitária que Israel permite entrar na terra palestina, mas também um vácuo de poder que possibilitou a entrada de saqueadores e gangues armados. Os criminosos se apropriam dos caminhões que chegam, acumulam a ajuda e, em seguida, a revendem a um preço excessivamente alto, muito além da capacidade financeira da grande maioria.
Desprezo
Em meio à tragédia causada por Israel, o país de Benjamin Netanyahu afirma que continuará atacando “sem piedade” os palestinos, a menos que os prisioneiros israelenses sejam libertados. “Acredito que, nos próximos dias, saberemos se conseguiremos alcançar um acordo para a libertação dos nossos reféns. Em caso contrário, o combate continuará sem piedade”, afirmou o comandante do Estado-Maior do Exército israelense, tenente-general Eyal Zamir durante uma visita às tropas no território palestino, segundo um comunicado militar divulgado neste sábado.
Estima-se que entre as 251 pessoas sequestradas pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, 49 ainda se encontrem em Gaza, entre elas 27 que foram oficialmente registradas como falecidas pelo Exército. O massacre subsequente resultou em mais de 60 mil vítimas em Gaza, com a maioria sendo mulheres e crianças.
Fonte por: Brasil de Fato