Israel declara que está avaliando a resposta do Hamas ao projeto de cessar-fogo em Gaza

As negociações estão em curso desde 6 de julho.

24/07/2025 9h42

3 min de leitura

Imagem PreCarregada
(Imagem de reprodução da internet).

O governo de Israel está avaliando a resposta do Hamas à proposta de cessar-fogo de 60 dias na Faixa de Gaza, com a pressão de organizações internacionais crescente devido à fome no território palestino devastado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Desde o dia 6 de julho, mediadores das partes envolvidas conduzem negociações informais no Catar, buscando um acordo que estabeleça uma pausa nos combates, com a liberação inicial de dez prisioneiros israelenses vivos em troca de um número não definido de palestinos detidos por Israel.

As negociações, mediadas pelo Catar, Egito e Estados Unidos, têm se prolongado sem resultados até o momento, com cada parte acusando a outra de impor suas exigências.

LEIA TAMBÉM:

Os mediadores repassaram a resposta do Hamas à equipe de negociação israelense, e ela está atualmente em análise.

De acordo com uma fonte palestina envolvida nas negociações, a proposta contempla alterações nas condições de acesso à assistência humanitária, o fornecimento de mapas das zonas de evacuação do Exército israelense e assegura o cessar-fogo permanente, que perdura desde outubro de 2023.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os reféns envolvidos foram capturados pelo Hamas em seu ataque inesperado no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, evento que originou o conflito.

Israel persiste em afirmar que seu objetivo é aniquilar as forças militares e de administração do movimento palestino. Sua operação resultou em mais de 59 mil mortes, conforme dados de Gaza, sob o controle do Hamas, e gerou uma crise humanitária.

Witkoff em missão

Os Estados Unidos informaram que o enviado especial Steve Witkoff embarcará para a Europa nesta semana para discutir questões relacionadas a Gaza e poderá, em seguida, visitar o Oriente Médio.

O Departamento de Estado informou que Witkoff viaja com a esperança de que se alcance um novo cessar-fogo, juntamente com um corredor humanitário para o envio da assistência necessária.

Após impor um cerco total a Gaza em outubro de 2023, Israel restabeleceu o bloqueio ao território palestino no início de março, que foi parcialmente flexibilizado no final de maio.

Mais de dois milhões de habitantes de Gaza enfrentam grandes dificuldades para acessar alimentos, medicamentos e combustível.

Pessoas sucumbindo à fome em larga escala

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou na quarta-feira que “uma grande parte” da população de Gaza enfrenta a fome.

“Não tenho como nomear o que está ocorrendo, além de dizer que há pessoas morrendo de fome em massa”, declarou Tedros. Para a França, “o risco de fome” em Gaza “é resultado do bloqueio” imposto por Israel.

Na terça-feira, um hospital em Gaza informou que 21 crianças faleceram por causa da fome e desnutrição nos últimos 72 horas.

Enquanto o governo israelense impõe um cerco que causa fome à população de Gaza, trabalhadores humanitários se juntam às mesmas filas de alimentos, correndo o risco de serem atingidos por disparos para alimentar suas famílias, afirmaram 111 organizações, incluindo Médicos Sem Fronteiras (MSF), Save the Children e Oxfam, em um comunicado conjunto na quarta-feira.

O governo israelense se defendeu, alegando não ser responsável pela falta de alimentos. Seu representante, David Mencer, declarou que “não há fome causada por Israel. Trata-se de uma escassez causada pelo Hamas”, que governa Gaza e, segundo ele, impede a distribuição de ajuda e a confiscação de parte dela. O Hamas sempre negou tais acusações.

Em 7 de outubro de 2023, o ataque do movimento islamista a Israel causou a morte de 1.219 indivíduos, em sua grande maioria civis, conforme apurado pela agência AFP com base em informações oficiais.

A ofensiva militar israelense no território palestino ceifou a vida de 59.219 palestinos, na sua grande maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza.

Os militantes também apreenderam 251 indivíduos em território israelense naquele dia, dos quais 49 permanecem reféns em Gaza. Desses, estima-se que 27 estejam falecidos, segundo o Exército.

Fonte por: Carta Capital

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.