Internacional

Israel mobiliza milhares de reservistas e planeja ampliar a ofensiva em Gaza

O exército israelense mobilizará milhares de reservistas nos próximos dias, em um plano de expansão da ofensiva em Gaza, apesar do fracasso das negociações para garantir um cessar-fogo.

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A convocação se deu após relatos de que o Chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, tenente-general Eyal Zamir, apresentou na sexta-feira um plano para intensificar a pressão sobre Hamas ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e ao ministro da Defesa Israel Katz.

A emissora pública israelense, Kan 11, informou que o plano de Zamir previa a remoção de civis palestinos do norte e centro de Gaza antes da expansão das operações nessas áreas, seguindo táticas empregadas no início deste ano em Rafah, no sul do enclave.

Naquele domingo, Zamir afirmou: “Nesta semana, estamos lançando milhares de ordens aos nossos reservistas para intensificar e ampliar nossa operação em Gaza. Estamos elevando a pressão para que nossa equipe retorne e neutralize o Hamas.”

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O comandante do Exército israelense declarou que os militares “operariam em áreas adicionais e destruíram todas as infraestruturas acima e abaixo do solo”.

A notícia provocou preocupação nas famílias dos 59 reféns israelenses ainda mantidos pelo Hamas em Gaza. A maior parte das vítimas foi sequestrada durante o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, que originou 18 meses de bombardeios israelenses que resultaram na morte de mais de 50 mil pessoas em Gaza.

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A organização alertou, no sábado, que qualquer intensificação dos confrontos colocaria os reféns – tanto os vivos quanto os falecidos – em risco imediato.

A grande maioria do público israelense considera o retorno dos reféns como a principal prioridade moral da nação.

As negociações para garantir a libertação dos reféns restantes estão paralisadas há semanas.

As negociações mediadas pelo Egito e pelo Catar não alcançaram sucesso, repetidamente. O Hamas insiste em um cessar-fogo permanente e a saída completa de Israel de Gaza, ao que Israel alega que o Hamas rejeita “propostas razoáveis”.

A expectativa de uma solução diplomática diminuiu ainda mais no fim de semana, quando Netanyahu acusou os mediadores do Catar de “jogar dos dois lados” nas negociações e solicitou ao estado do Golfo que “decida se está do lado da civilização ou se está do lado da barbárie do Hamas”, afirmando que Israel está travando “uma guerra justa com meios justos” em Gaza.

Não se sabe o que levou à afirmação de Netanyahu, mas a declaração ocorre após relatos na mídia israelense de que o Catar pressionou o Hamas a rejeitar uma proposta egípcia de acordo de cessar-fogo.

O Catar rejeitou a alegação no domingo, classificando-a como uma distorção de seus esforços diplomáticos e acusando Israel de usar a ajuda humanitária como uma “ferramenta de coerção política”, enquanto o bloqueio israelense total ao fornecimento de ajuda humanitária ao enclave palestino entra em seu terceiro mês. “É este realmente o modelo de ‘civilização’ que está sendo promovido?” escreveu o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Majed Al Ansari, em uma publicação no X.

É legítimo questionar se a libertação de 138 reféns foi alcançada por meio das chamadas operações militares “justas” ou pela mesma medida que atualmente está sendo injustamente criticada e desmantelada.

Na quinta-feira, Netanyahu declarou explicitamente que a derrota dos inimigos de Israel era mais prioritária do que garantir a libertação dos reféns restantes, gerando reações negativas de familiares. Anteriormente, ele havia definido como objetivos principais a derrota do Hamas e a libertação dos reféns.

O Gabinete do Primeiro Ministro anunciou, no sábado, que a visita de Netanyahu ao Azerbaijão foi remarcada para uma data posterior, inicialmente prevista para os dias 7 a 11 de maio.

Em resposta à “intensa agenda diplomática e de segurança”, afirmou que a alteração se deu em razão de “eventos em Gaza e na Síria”.

Fonte: CNN Brasil

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