Israel reconheceu ter prestado apoio a uma milícia palestina na Faixa de Gaza, visando combater o Hamas no enclave. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou na quinta-feira (05.jun.2025) que o país estava colaborando com grupos em Gaza após as primeiras informações se tornarem públicas.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Duas autoridades israelenses e uma terceira pessoa com conhecimento sobre o assunto confirmaram que o apoio de Israel incluía o envio de armas a Yasser Abu Shabab, líder de uma milícia no sul de Gaza.
Os informantes declararam sob condição de anonimato. Uma fonte, conforme reportado pelo New York Times, descreveu a ação como primariamente simbólica, para evidenciar que o Hamas está perdendo influência sobre a população de Gaza.
LEIA TAMBÉM!
A estratégia de armamento de palestinos emergiu no contexto do conflito iniciado após os ataques de 7 de outubro de 2023 cometidos pelo Hamas contra Israel. Israel alega que seu objetivo é desmantelar o grupo islamista que governa Gaza desde 2007.
Segundo dados da ONU, até março de 2024, mais de 54.607 palestinos faleceram desde outubro de 2023. Dos identificados até então, mais de metade corresponde a crianças (15.613), idosos (3.839) e mulheres (8.304).
A milícia armada liderada por Abu Shabab opera principalmente em Rafah, no sul de Gaza. O grupo ganhou notoriedade após denúncias de que seus membros estavam envolvidos em assaltos e na revenda de remessas de ajuda humanitária destinadas à população. Abu Shabab nega qualquer participação de seu grupo. Um representante da ONU, citado pelo New York Times, o descreveu como “o autoproclamado intermediário do leste de Rafah”.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Em março, legisladores israelenses receberam informações de que o Hamas ainda possuía mais de 25 mil combatentes, mesmo após a operação militar israelense.
Yossi Amrosi, ex-oficial de inteligência israelense especializado em Gaza, estimou a força do grupo de Abu Shabab em algumas centenas de combatentes. Dados indicam que o Hamas matou 20 integrantes de “gangues de ladrões que estavam roubando ajuda”, em possível referência aos confrontos com grupos como o de Abu Shabab, conforme relatado pela mídia oficial do grupo islâmico.
Em seu discurso na quinta-feira (5 de junho de 2025), Netanyahu reconheceu que Israel “ativou células em Gaza que se opõem ao Hamas”, considerando a ação como “algo positivo” que salvou a vida de soldados israelenses.
“Qual o problema disso?”, questionou em vídeo, afirmando ter aprovado a ação após aconselhamento de autoridades de segurança, sem mencionar o envio de armas.
A declaração de Netanyahu ocorreu após Avigdor Liberman, oponente no Knesset e ex-ministro da Defesa, acusa o primeiro-ministro de ter autorizado o envio de armas para uma organização criminosa em Gaza.
Abu Shabab rejeitou “por completo” que seu grupo recebeu armas de Israel, em declaração nas redes sociais na noite de 5ª feira (5.jun). Ele disse que eram “alegações inválidas” publicadas para desacreditar um esforço que “enfrentou a injustiça, o saque e a corrupção”.
O líder da oposição israelense, Yair Lapid, manifestou preocupação afirmando: “Após Netanyahu ter destinado milhões de dólares ao Hamas, ele começou a fornecer armas a organizações próximas ao ISIS em Gaza – tudo de forma improvisada, sem qualquer planejamento estratégico, o que resultou em mais desastres”.
Lapid declarou que as armas que chegavam a Gaza acabavam sendo utilizadas contra soldados das Forças de Defesa de Israel e cidadãos israelenses.
Fonte por: Poder 360