Japão faz história ao eleger Sanae Takaichi como a 1ª mulher primeira-ministra do país

Takaichi, conservadora, assume o governo enfrentando uma crise econômica e desafios nas relações com os EUA e China.

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(Imagem de reprodução da internet).

Japão elege primeira mulher como primeira-ministra

O Japão fez história ao eleger, nesta terça-feira, 21, sua primeira mulher para o cargo de primeira-ministra. Sanae Takaichi, de 64 anos, foi escolhida pelo Parlamento após conquistar a maioria no primeiro turno da votação, assumindo assim a liderança do governo japonês.

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Reconhecida por sua postura conservadora e firme em questões de segurança e política externa, Takaichi assume o cargo após firmar um acordo de coalizão com o Partido da Inovação do Japão (PIJ). Essa aliança se tornou necessária após a saída do partido Komeito, que se afastou do governo devido a divergências ideológicas e denúncias de escândalos de financiamento.

Ela se torna a quinta pessoa a ocupar o cargo em apenas cinco anos, iniciando seu mandato em um cenário de pressão econômica e queda na popularidade do Partido Liberal Democrático (PLD).

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Reformas internas e promessas de representatividade

A nova primeira-ministra se comprometeu a “reorganizar o Japão para as futuras gerações” e manifestou a intenção de formar um gabinete com maior presença feminina, um objetivo que contrasta com os baixos índices de representação política das mulheres no país.

De acordo com o Fórum Econômico Mundial, o Japão ocupa a 118ª posição em desigualdade de gênero, com apenas 15% da Câmara Baixa composta por mulheres. Entre as possíveis nomeações estão Satsuki Katayama para o Ministério das Finanças e Kimi Onoda para a pasta de Segurança Econômica, ambas aliadas do ex-premiê Shinzo Abe, mentor político de Takaichi.

Apesar das promessas de inclusão, Takaichi mantém posições tradicionalistas, como a defesa da obrigatoriedade do sobrenome único para casais e da exclusividade masculina na sucessão imperial.

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Desafios internacionais e econômicos

A nova premiê enfrentará uma agenda externa delicada. Ela é considerada linha-dura em relação à China, tendo afirmado que Pequim “menospreza o Japão”. No entanto, recentemente, adotou um tom mais moderado, evitando visitas polêmicas que poderiam tensionar as relações com países vizinhos.

Um dos primeiros testes diplomáticos de Takaichi ocorrerá na próxima semana, com a visita oficial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Apesar de avanços comerciais, Trump pressiona Tóquio a aumentar os investimentos em defesa e a cortar laços energéticos com a Rússia.

A nova líder também herdará uma economia estagnada, desafios demográficos e uma base parlamentar fragmentada, o que exigirá habilidade política para implementar sua agenda de reformas.

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