A reunião dos acionistas da JBS aprovou na sexta-feira, 23 de maio de 2025, o plano de dupla listagem da empresa. Com a aprovação, a companhia dos irmãos Batista terá ações negociadas na NYSE, a bolsa de valores de Nova York. Os papéis já estão listados na B3, a bolsa de valores de São Paulo, desde 2007.

A reestruturação gera dois tipos de ações. Um é a Classe A, que será listada nas bolsas norte-americana e brasileira, com direito a 1 voto por ação. Outro é a Classe B, não negociável, com direito a 10 votos por ação. Joesley e Wesley Batista devem concentrar as ações Classe B, aumentando seu poder de influência nas decisões.

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Para atuar no mercado de capitais norte-americano, a JBS contará com uma empresa na Holanda, a JBS NV, que realizará a emissão de ações. Serão criadas também a LuxCo, com sede em Luxemburgo, para lidar com a dupla listagem, e a Brazil HoldCo (a ser utilizada para receber ações da atual JBS SA). A direção da processadora de carnes permanece em São Paulo. Segue o novo organograma:

Com a dupla listagem, buscamos uma estrutura corporativa que nos permita refletir melhor nossa presença global e operações internacionais diversificadas, bem como implementar nossa estratégia de crescimento, informou a JBS. “Como uma empresa listada na NYSE, esperamos melhorar nosso acesso a fontes de financiamento para apoiar nossas operações, bem como reduzir nosso custo de capital.”

Duas consultorias de investimento, a Institutional Shareholder Services e Glass, Lewis & Co, recomendaram a rejeição da reestruturação, antecedendo a votação dos acionistas por meio de voto remoto. A alegação é a perda de poder dos minoritários e concentração de controle nas mãos dos irmãos Batista.

A aprovação da dupla listagem e da reestruturação da JBS teve votos apenas dos acionistas minoritários. O BNDESPar, embora minoritário, se absteve.

A assembleia evidenciou a confiança dos acionistas nos ganhos produzidos pela dupla listagem e na adaptação da estrutura societária ao perfil global e diversificado da Companhia, declarou Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS.

Os próximos passos do processo de reestruturação da JBS, com datas estimadas:

A JBS é a maior processadora de carnes do mundo, com operações em 17 países e 280 mil funcionários. Cerca de 50% da receita da empresa provém dos Estados Unidos, totalizando aproximadamente US$ 78 bilhões anualmente.

Fonte: Poder 360