JD Vance adverte sobre cortes permanentes na força de trabalho federal se a paralisação continuar

Vice-presidente dos EUA alerta sobre cortes na força de trabalho pública

O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, declarou esta semana que a duração da atual paralisação parcial do governo federal pode resultar em cortes significativos na força de trabalho pública. Ele mencionou que alguns cargos suspensos podem não ser reativados. As declarações foram feitas durante um evento em Cincinnati, Ohio, e refletem a postura firme do governo diante do impasse orçamentário no Congresso.

“Cada dia adicional de paralisação torna inevitável que algumas funções do governo não voltem mais”, afirmou Vance, ressaltando que “as pessoas precisam entender que a força de trabalho federal ficará permanentemente menor”. Ele sugeriu que a crise deve ser encarada como uma chance de reavaliar o tamanho e o papel do Estado.

Postura semelhante à de Donald Trump

A fala de Vance ecoa a posição do presidente Donald Trump, que tem defendido cortes drásticos de gastos e uma “reformulação da máquina federal”. O governo está no 12.º dia de paralisação, após o Congresso não conseguir aprovar o pacote de financiamento necessário para manter as agências federais em operação.

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Atualmente, mais de 800 mil funcionários públicos estão afastados ou trabalhando sem remuneração. Setores essenciais, como imigração, transporte aéreo e fiscalização alimentar, já enfrentam atrasos e sobrecarga. O Departamento do Tesouro alertou que, se a situação se prolongar, o impacto poderá afetar o pagamento de benefícios sociais e contratos de defesa.

Defesa de um enxugamento da máquina pública

Durante seu discurso para líderes empresariais e apoiadores, Vance defendeu um enxugamento estrutural do governo, afirmando que “o governo precisa aprender a fazer mais com menos”. Ele destacou que “parte da força de trabalho federal cresceu de maneira descontrolada nas últimas décadas, e agora o país precisa ajustar contas e prioridades”.

Analistas políticos observam que a declaração do vice-presidente visa pressionar o Congresso a aprovar um novo acordo orçamentário, além de mobilizar a base conservadora, que vê na paralisação uma oportunidade para cortes permanentes. Críticos, por outro lado, argumentam que essa postura pode ameaçar a estabilidade de milhões de famílias e causar danos econômicos duradouros.

Reações da oposição e clima de tensão

Em Washington, líderes democratas reagiram com firmeza. A senadora Elizabeth Warren (D-Massachusetts) classificou as declarações de Vance como “um ataque direto aos trabalhadores públicos que mantêm o país funcionando”. O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, afirmou que “a Casa Branca está brincando com o sustento de servidores essenciais, transformando uma crise orçamentária em retórica eleitoral”.

O clima de tensão aumenta enquanto as negociações permanecem paralisadas no Capitólio. A Câmara, controlada pelos republicanos, insiste em cortes mais profundos nos programas sociais e ambientais, enquanto o Senado busca aprovar uma medida provisória para reabrir parte das agências.

Possíveis consequências econômicas do shutdown

Economistas alertam que, se a paralisação ultrapassar três semanas, os efeitos poderão ser comparáveis a uma recessão localizada, com desaceleração de investimentos federais, impacto no consumo e perda de confiança em contratos públicos.

Enquanto isso, o vice-presidente mantém um discurso firme, afirmando que “não é sustentável um governo que cresça mais rápido do que o povo que o sustenta”. Vance prometeu que o Executivo “não recuará diante da necessidade de mudanças profundas”. A atual paralisação é uma das mais longas das últimas décadas e simboliza a divisão política em Washington, uma disputa que ameaça a estabilidade do país.