Joe Biden enfrenta câncer de próstata com metástase óssea

O antigo presidente dos Estados Unidos recebeu o diagnóstico de uma “forma agressiva” de câncer.

19/05/2025 20h15

3 min de leitura

Imagem PreCarregada
(Imagem de reprodução da internet).

O ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebeu o diagnóstico de uma forma agressiva de câncer de próstata, conforme anúncio de seu gabinete pessoal no domingo (18). O comunicado informou que a doença progrediu para os ossos, apresentando metástase óssea.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na semana passada, o presidente Joe Biden foi examinado devido à detecção de um novo nódulo na próstata após apresentar sintomas urinários crescentes. Na sexta-feira, foi diagnosticado com câncer de próstata, com um escore de Gleason de 9 (Grupo Grau 5) e metástase óssea, conforme o comunicado.

A metástase óssea é caracterizada pela disseminação das células cancerígenas do seu foco inicial – no caso de Biden, da próstata – para os ossos.

LEIA TAMBÉM:

As metástases são o processo pelo qual o câncer tem a capacidade de enviar células para tecidos distantes do órgão de origem, conforme explica Bruno Benigno, urologista e oncologista do Hospital Oswaldo Cruz e diretor da Clínica Uro Onco, da CNN.

A progressão do câncer de próstata pode ocorrer em qualquer fase da doença, notadamente em pacientes que apresentam tumores de grande porte ou com elevado grau de agressividade na glândula.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A metástase ocorre através da infiltração do tumor nos tecidos linfáticos, nos vasos sanguíneos e nos nervos que permeiam o tecido da próstata, explica Benigno. A probabilidade de ocorrência de metástases depende de fatores relacionados ao próprio tumor, como agressividade e comportamento biológico, além de fatores relacionados ao próprio paciente, como sistema imunológico com menor grau de responsividade.

Qual é a forma de tratamento de tumores com metástase óssea?

Devido à sua alta agressividade, o tratamento do câncer de próstata com metástase óssea visa o controle, e não a cura, conforme explica Igor Morbeck, oncologista e membro do Comitê Científico do Instituto Lado a Lado pela Vida, da CNN.

O tratamento principal é a hormonioterapia, o bloqueio hormonal. “Esse bloqueio pode ser único, através de uma injeção mensal ou trimestral, como um tratamento definitivo ou associado a novos agentes hormonais”, explica. “A radioterapia também pode acontecer após um período mais longo de hormonioterapia”, completa.

Pacientes submetidos a hormonioterapia podem ser classificados em dois grupos: de baixo volume (com até quatro focos de metástase) e alto volume (com mais de quatro focos de metástase).

Para pacientes com baixo volume, o tratamento costuma incluir o bloqueio da testosterona utilizando duas medicações. Uma que impede a produção da testosterona pelo próprio corpo do paciente e a outra que realiza um bloqueio adicional do efeito da testosterona.

“Geralmente, para pacientes com câncer de próstata metastatizado que não receberam bloqueio de testosterona e apresentam alto volume de doença, associamos o bloqueio de testosterona combinado com quimioterapia”, afirma.

Segundo especialistas, a probabilidade de controle do tumor nesta fase é elevada, porém não há possibilidade de cura. “Atualmente, com as novas estratégias de tratamento, alcançamos a extensão da sobrevida do paciente. Anteriormente, era na ordem de três anos; atualmente, é em torno de cinco a sete anos, dependendo da resposta inicial, da agressividade do tumor e do volume da doença apresentado”, afirma Benigno.

Ademais, a metástase óssea pode provocar outras complicações de saúde, como perda de massa óssea, o que eleva o risco de fraturas. “Muitas vezes, é preciso realizar a reposição de cálcio e vitamina D, além de usar medicamentos que reduzem a incidência de osteoporose”, explica Morbeck. “Assim, é necessário um tratamento que abrange o cuidado do tumor e, também, outras complicações relacionadas ao esqueleto”, finaliza.

Inteligência artificial pode auxiliar no diagnóstico e tratamento do câncer de próstata.

Fonte: CNN Brasil

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.