A disputa pela liderança em inteligência artificial
A competição pela liderança em inteligência artificial (IA) ganhou novos contornos com as declarações do ex-CEO da Apple, John Sculley. Ele destacou que a OpenAI representa a concorrência mais significativa que a Apple enfrenta em décadas.
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Durante um evento em Nova York, no dia 10, Sculley mencionou que a Apple não possui tradição no desenvolvimento de IA e que o momento atual exige uma mudança estratégica. “Essa tecnologia não tem sido uma especialidade da Apple”, afirmou ele.
Com o avanço de concorrentes como Google, Meta, Amazon e a própria OpenAI, a Apple sente a pressão para apresentar soluções mais eficazes em inteligência artificial. Um indicativo desse atraso foi o adiamento, no início do ano, da atualização da Siri com recursos de IA generativa.
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A transição do mercado e novos modelos de negócios
Para Sculley, a mudança no mercado não é apenas tecnológica, mas também requer uma transformação no modelo de negócios. A chamada IA agentic, que realiza tarefas de forma autônoma, deve gradualmente substituir a lógica baseada em múltiplos aplicativos.
“Em vez de dezenas de apps, teremos agentes inteligentes que fazem tudo por nós”, disse o ex-executivo. Esse novo cenário, segundo ele, favorece modelos de assinatura, onde o usuário pagaria pela utilidade contínua do serviço, em vez de produtos isolados.
“A economia deixa de ser centrada na venda de ferramentas e passa a ser baseada no uso”, completou Sculley, que comandou a Apple entre 1983 e 1993 e ficou conhecido por sua atuação na PepsiCo.
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A colaboração de Jony Ive com a OpenAI
Outro aspecto mencionado por Sculley foi a colaboração de Jony Ive, ex-diretor de design da Apple, com a OpenAI. A empresa de Sam Altman adquiriu a startup de Ive por mais de US$ 6 bilhões.
Ive, famoso por criar produtos como o iMac, o iPod e o iPhone, agora se dedica ao desenvolvimento de novos dispositivos com base em IA generativa. A expectativa é que esses produtos ajudem a resolver problemas relacionados ao uso excessivo de smartphones e telas.
Para Sculley, a experiência de Ive em design de produtos físicos pode ser crucial para transformar a inteligência artificial em soluções práticas para os consumidores. “Ele tem o perfil ideal para criar essa ponte entre o mundo físico e o digital — ainda mais ao lado de Altman”, concluiu.