Jornal iraniano solicita que diretor-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica seja preso
França, Alemanha e Reino Unido condenaram ameaças contra Rafael Grossi.

O jornal iraniano Kayhan, ligado ao líder supremo aiatolá Ali Khamenei, publicou uma matéria acusando o chefe da Agência Nuclear da ONU, Rafael Grossi, de vínculos com a agência de inteligência israelense Mossad, além de afirmar que ele deveria ser julgado e executado como agente de Israel.
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Reino Unido, França e Alemanha denunciaram, em comunicado, as ameaças contra Grossi na segunda-feira (30).
França, Alemanha e Reino Unido condenam as ameaças contra o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, e reiteram nosso total apoio à agência e ao Diretor-Geral no cumprimento de seu mandato.
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Os países incluíram na declaração “solicitamos às autoridades iranianas que se abstenham de quaisquer ações para interromper a cooperação com a AIEA. Exortamos o Irã a retomar imediatamente a cooperação integral, em consonância com suas obrigações legais, e a implementar todas as medidas necessárias para assegurar a segurança do pessoal da AIEA”.
A declaração não detalhou quais ameaças foram direcionadas a Grossi, mas segue o artigo do jornal iraniano Kayhan. Caso Grossi entre no Irã, ele deverá ser julgado e condenado à morte, conforme o comunicado.
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O diretor-geral não respondeu diretamente às alegações do jornal, declarando que sua principal prioridade é assegurar que os inspetores da AIEA possam retornar às instalações nucleares no Irã o mais rápido possível.
As autoridades iranianas não confirmaram publicamente o artigo do jornal. O embaixador do Irã nas Nações Unidas, Amir Saeid Iravani, negou que houvesse alguma ameaça contra Grossi.
Irã critica intensamente o diretor e ameaça suspender a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica.
O Irã responsabiliza a agência por apresentar uma justificativa para o bombardeio israelense, que iniciou-se um dia após a votação do conselho da AIEA para declarar o Irã culpado de violar as obrigações sob o Tratado de Não Proliferação Nuclear.
O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, informou ao presidente francês, Emmanuel Macron, em uma ligação nesta segunda-feira (30), que as “duas medidas e duas medidas” de agências geraram instabilidade na segurança regional e global.
O ministro Pezeshkian afirmou, segundo reportagens, que a opinião do governo, do parlamento e do povo iraniano é que o diretor da AIEA não agiu imparcialmente em relação ao caso nuclear do país, apesar de toda a cooperação e interações que ocorreram, e esse comportamento não é de forma alguma aceitável para nós.
O ministro das Relações Exteriores, Abbas Araqchi, declarou que Grossi não é bem-vindo no Irã, tendo realizado “ações malignas” e desempenhado um “papel lamentável”.
O Irã também declarou nesta segunda-feira (30) que ainda não se pode esperar que assegure a segurança dos inspetores da AIEA.
“Como eles podem esperar que assegurarmos a segurança dos inspetores da agência quando as instalações nucleares pacíficas do Irã foram atacadas há alguns dias?”, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmaeil Baghaei, em coletiva de imprensa.
Baghaei declarou que um projeto de lei do parlamento iraniano pedindo que o governo suspendesse a colaboração com a AIEA foi aprovado pelo Conselho dos Guardiões, um órgão de segurança controlado por indivíduos nomeados pelo líder supremo, e atualmente é obrigatório.
“Não se deve esperar que o Irã aceite suas obrigações sob o Tratado de Não Proliferação Nuclear quando o órgão de fiscalização nuclear da ONU não chegou a condenar os ataques às instalações nucleares iranianas”, disse Baghaei.
Fonte por: CNN Brasil