Jovem Geração Z transforma a noção de bem-estar e exige transformações na cultura empresarial
Jovens tendem a valorizar a saúde mental, o equilíbrio e um sentido de propósito em suas atividades profissionais. Estruturas e padrões inflexíveis estão sendo cada vez menos relevantes.

O conceito de bem-estar deixou de ser apenas sinônimo de saúde física. A chegada da geração Z no mercado de trabalho modificou a maneira como as empresas precisam organizar seus ambientes e culturas internas.
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Até 2030, a Universidade Johns Hopkins estima que a geração nascida entre 1997 e 2012 corresponda a 30% da força de trabalho mundial. Essa projeção indica uma mudança significativa: empresas que não se ajustarem às novas exigências de comportamento e emoções podem perder relevância no mercado.
Adicionalmente, uma pesquisa do Instituto Locomotiva, em colaboração com a Neo Química, aponta que para mais de metade dos jovens entre 18 e 29 anos, o bem-estar está associado ao equilíbrio emocional. Já para os profissionais com mais de 30 anos, a preocupação permanece com a saúde física.
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Novas regulamentações fortalecem a discussão sobre o bem-estar.
A preocupação com a saúde no ambiente corporativo não é recente, porém deve se intensificar com a entrada em vigor da nova versão da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), prevista para 26 de maio.
Esta norma estabelece orientações para a promoção de ambientes seguros e saudáveis, com ênfase na prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.
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Conforme Mariana Cerone, Head de Marketing e Produtos da Up Brasil, o cenário regulatório reforça a tendência do bem-estar. “Observaremos esse movimento ganhando ainda mais força no mercado com as mudanças introduzidas pela NR-1”, analisa.
A psicoterapia se torna cada vez mais presente entre os jovens.
De acordo com o Instituto Locomotiva, a psicoterapia é um dos hábitos mais apreciados pelos jovens no cotidiano.
Para que essa prática seja efetiva, as organizações devem estabelecer estruturas que garantam sua continuidade.
Isso engloba horários flexíveis, modelos híbridos de trabalho e um espaço físico que estimule o aprendizado e as conexões, além de não se limitar à cobrança por resultados.
Salário emocional atrai a nova força de trabalho.
A cultura e os valores da empresa influenciaram a permanência dos jovens em seus empregos.
De acordo com Mariana Cerone, o salário emocional é uma parte importante das decisões de carreira. “Os trabalhadores mais jovens valorizam a cultura e os valores das empresas. O ambiente de trabalho influencia tanto quanto o salário”, declara.
Ela ressalta que tal salário emocional é formado por elementos como o relacionamento com a liderança, chances de crescimento, valorização e, sobretudo, o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.
A ausência de diácontinua a afetar a saúde mental nas empresas.
A falta de canais de comunicação claros intensifica os impactos negativos no ambiente empresarial.
Alterações de estratégia sem justificativa, metas inatingíveis, a ausência de feedback e a falta de um plano de desenvolvimento profissional adequado são alguns dos fatores que afetam diretamente o bem-estar mental das equipes.
Sem a prática da escuta ativa por parte das lideranças, aumenta a sensação de desconexão e isolamento.
Com o tempo, essa situação pode se transformar em quadros de ansiedade, depressão e esgotamento.
Considerar o bem-estar como parte da cultura organizacional – e não como benefício isolado – tornou-se uma necessidade prática. O equilíbrio emocional das equipes passou a integrar a estratégia de longo prazo para reter talentos e garantir resultados.
Fonte: Carta Capital