Após meses com seus sintomas atenuados pelos médicos, a jovem inglesa Estelle Wignall, então com 22 anos, identificou a existência de um tumor ao ler um material informativo sobre câncer de ovário e iniciou esforços para que realizasse os exames adequados.
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A história de Estelle começou em 2016, quando ela apresentou dores abdominais e inchaço persistente na região inferior do abdômen. Médicos que a avaliaram minimizaram a intensidade das dores da jovem, conforme relato da mãe, Bev Turley, à publicação The Sun.
“Eles afirmaram que era apenas um problema da minha filha e, sem avaliá-la, diagnosticaram os sintomas como síndrome do intestino irritável (SII),” ela recorda.
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Após a progressão dos sintomas e inúmeras consultas médicas com a mesma resposta, inclusive com tom irônico e de piada, Estelle identificou ali mesmo os sintomas do câncer de ovário e exigiu os exames para confirmar o diagnóstico.
Principais sintomas do câncer de ovário:
Os sinais não são específicos e ocorrem em diversas doenças ginecológicas. Os principais fatores de risco para o câncer de ovário incluem idade, infertilidade, início precoce da menstruação, menopausa tardia, histórico familiar, fatores genéticos, sobrepeso e ausência de filhos.
Diagnóstico confirmado tardiamente.
Após as reclamações contínuas, Estelle obteve o direcionamento para exames de imagem mais aprofundados, que corroboraram suas suspeitas em fevereiro de 2017.
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Devido ao avanço local do tumor no ovário direito, foi necessária a realização de uma cirurgia para a remoção completa do ovário e da trompa de Falópio.
A paciente teve boa recuperação após a cirurgia e voltou a trabalhar como recepcionista e cantora. Em breve, conheceu Mike Wignall, com quem se casou e construiu uma família.
Recorrência e prognóstico terminal.
Estelle, mesmo com as previsões de dificuldades para engravidar, obteve a gravidez três meses após o casamento. Em maio de 2020, nasceu Brooke, sua filha.
Durante o parto, em maio de 2020, profissionais identificaram nódulos no colo do útero, resultando na remoção do órgão por precaução para prevenir a formação de novos tumores.
A histerectomia impactou Estelle, que ainda almejava retornar a ser mãe. Após semanas da cirurgia e do parto, ela começou a apresentar fadiga persistente.
Inicialmente, atribuiu os sintomas ao cansaço e à dieta que estava seguindo para emagrecer. Exames posteriores, realizados em novembro de 2020, revelaram que o câncer havia recidivado e afetava diversos órgãos da cavidade abdominal.
Apesar dos médicos terem expressado poucas perspectivas de cura, a paciente optou por continuar ativa e coletar doações para o tratamento de outras mulheres com câncer de ovário.
Tratamento e complicações graves
Os resultados de exames em 2021 indicaram que a quimioterapia havia eliminado quase todos os tumores, restando um pequeno foco no pulmão. Foi proposta uma cirurgia para a remoção completa do câncer.
A mãe da jovem relata que Estelle preferiu a cirurgia, mesmo com os riscos envolvidos. O procedimento causou infecção grave, que progrediu para sepse. A recuperação nunca foi totalmente restabelecida.
Ela recebeu alta e voltou a viver com a família para ser cuidada pela mãe, mas em 30 de março de 2022, Estelle morreu aos 27 anos. Brooke, então com dois anos, ficou sem a mãe. A perda devastou a família. “Ainda parte meu coração”, diz Bev.
Legado musical e memória viva.
Contudo, no trigésimo primeiro ano de falecimento de Estelle, a família recebeu uma ligação. Um produtor informou ter descoberto uma música gravada secretamente por ela, antes da progressão da doença.
A música, intitulada I Never Lost Anything, foi ouvida pela mãe da cantora, que se emocionou e a lançou em plataformas digitais, com a arrecadação destinada a instituições que atuam no combate ao câncer de ovário.
O diagnóstico difícil do câncer de ovário
O câncer de ovário apresenta sintomas pouco definidos, sendo frequentemente diagnosticado em estágios avançados. Inchaço abdominal, fadiga, alterações no padrão intestinal e perda de peso são entre os sinais observados.
O câncer de ovário, além de apresentar sintomas silenciosos e um comportamento biológico complexo, ainda não dispõe de um exame de rastreamento eficaz, o que faz com que a maioria dos casos seja descoberta de forma tardia.
De acordo com o especialista, a principal dificuldade no diagnóstico do tumor reside no fato de que poucas pessoas conhecem as mutações genéticas que favorecem seu desenvolvimento, sendo 25% dos casos de origem hereditária.
O tratamento depende do estágio. Cirurgias conservadoras são possíveis nas fases iniciais, porém, em estágios avançados, é frequente a remoção de ovários, útero, linfonodos e de todo o tecido adiposo abdominal, que pode conter células cancerígenas.
Mesmo para câncer em estágio avançado, a cirurgia visa remover completamente o tumor, sendo a quimioterapia indicada antes ou depois do procedimento, finaliza Reitan.
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Fonte: Metrópoles