JP Morgan reduz preço-alvo do Mercado Livre após ataque da Amazon

Morgan Stanley aposta que concorrente eliminou taxas de ‘fulfillment’ no Brasil, elevando otimismo e minimizando risco para o Mercado Livre.

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(Imagem de reprodução da internet).

Mercado Livre: JP Morgan Ajusta Previsão de Crescimento

O JP Morgan revisou sua avaliação para as ações do Mercado Livre, refletindo a crescente pressão competitiva no mercado brasileiro. A instituição acredita que a empresa enfrentará custos elevados para sustentar seu crescimento, impulsionado por estratégias agressivas de concorrentes como a Amazon.

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A mudança na projeção ocorre após o anúncio da Amazon, que implementou uma estratégia de zerar taxas de armazenamento e envio para o programa FBA (Fulfillment by Amazon) por um período de três meses. Essa medida intensificou a disputa no mercado, forçando o Mercado Livre a reavaliar suas estratégias.

O JP Morgan reduziu o preço-alvo das ações para US$ 2.600, diminuindo da previsão anterior de US$ 2.700 para o final de 2026. Atualmente, os papéis da empresa negociados na Nasdaq estão abaixo de US$ 2.200. Essa revisão reflete a incerteza em relação à capacidade do Mercado Livre de manter suas margens de lucro.

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Análise do Cenário Competitivo

A análise do JP Morgan considera a expansão da Shopee e as iniciativas do próprio Mercado Livre, como o frete grátis para entregas rápidas de produtos de menor valor. A empresa tem buscado oferecer incentivos para atrair e reter clientes, mas a intensidade da concorrência exige investimentos contínuos.

O banco também destaca a pressão sobre a logística, que tem impactado os custos operacionais da empresa. Além disso, a fraqueza do peso argentino contribui para a incerteza econômica e afeta o desempenho financeiro do Mercado Livre.

Projeções de Lucro e Análise de Concorrentes

O JP Morgan prevê um lucro antes de juros e impostos de US$ 750 milhões para o Mercado Livre no terceiro trimestre de 2025, o que é inferior ao consenso do mercado, que estimava US$ 811 milhões. Essa projeção reflete a avaliação do banco sobre as pressões negativas que a empresa enfrenta.

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O Morgan Stanley, por outro lado, mantém uma visão mais otimista, acreditando que a queda das ações foi exagerada. O banco reiterou sua recomendação de compra para o Mercado Livre, destacando a liderança de escala da empresa e os investimentos em logística e redução de taxas.

Fatores Chave no Mercado Argentino

O Morgan Stanley aponta que a Argentina não cobra taxas de fulfillment e zerou cobranças logísticas para entregas de bens com valores entre R$ 19 e R$ 79, com uma penetração de fulfillment superior a 60% no país. Essa realidade local influencia significativamente o desempenho do Mercado Livre na região.

O relatório do banco enfatiza que a escala logística, a fidelização de vendedores e os vínculos com serviços financeiros impulsionam a conversão do GMV (valor de mercadoria vendida). A empresa já está em um ciclo de investimentos em logística e redução de taxas, o que, segundo o JP Morgan, não deve provocar uma reação direta da empresa.

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