Juros recuam em dia de ajustes e expectativa por medidas fiscais

A taxa DI para janeiro de 2026 ficou em 14,905% ao final da tarde, em relação a 14,909% registrado na sessão anterior.

06/06/2025 19h41

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(Imagem de reprodução da internet).

Com o robusto crescimento das taxas dos títulos do Tesouro no exterior, impulsionado por dados positivos do mercado de trabalho americano, as taxas das DIs fecharam a semana em declínio, com investidores ajustando posições após ganhos recentes, aguardando o pacote fiscal do governo.

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À tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 era de 14,905%, em comparação com 14,909% na sessão anterior. A taxa para janeiro de 2027 registrava 14,305%, com uma queda de 6 pontos-base em relação ao ajuste de 14,365%.

Os contratos de longo prazo apresentavam uma taxa de 13,85% para janeiro de 2031, em comparação com 13,913% no ajuste anterior, e uma taxa de 13,89% para janeiro de 2033, em relação a 13,95%.

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A Administração de Trabalho dos EUA anunciou nesta manhã que foram geradas 139 mil vagas no país no mês passado, após 147 mil em revisão para baixo em abril. O resultado superou as expectativas dos 130 mil postos projetados por economistas da Reuters. As estimativas variavam entre 75 mil e 190 mil empregos. A taxa de desemprego nos Estados Unidos manteve-se em 4,2% pelo terceiro mês seguido.

Os resultados superiores ao esperado impulsionaram a confiança nas apostas de que o Federal Reserve não terá margem para reduzir as taxas de juros no curto prazo, o que provocou o aumento de mais de 10 pontos-base nas taxas dos títulos do Tesouro durante a sessão.

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As taxas das DI no Brasil alcançaram valores superiores a 10 pontos-base após o relatório de empregos dos EUA, mas se aproximaram da estabilidade ainda pela manhã e se firmaram em patamares baixos no final da sessão.

Não houve nada muito significativo no dia para se queimar parte do prêmio da curva brasileira. Isso tem mais a ver com uma correção dos últimos dias, quando a precificação na curva voltou a embutir chances de uma copom-alckmin-quer-que-a-taxa-selic-possa-diminuir-ainda-mais/”>Selic terminal em 15%, comentou o head de renda fixa da Manchester Investimentos, Rafael Sueishi. Atualmente a Selic está em 14,75% ao ano.

“Como nossa curva já tinha embutido muitos prêmios nos últimos dias, hoje ela não acompanhou a alta dos (rendimentos dos) Treasuries”, acrescentou Sueishi.

Ele afirmou que os investidores também estavam aguardando o encerramento do fim de semana, momento em que a equipe econômica entregaria à liderança partidária o pacote de propostas para equilibrar as contas públicas, em substituição ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

O governo federal deverá adotar uma proposta de lei complementar que estabelece uma redução de 10% nos benefícios fiscais, como principal alternativa ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida possibilitaria um incremento na arrecadação de R$ 40 bilhões em 2025 e mais R$ 40 bilhões em 2026, suprindo as demandas financeiras do ano seguinte.

A equipe da Reuters ouviu especialistas que avaliaram que, em princípio, a redução de benefícios fiscais, caso mantida, seria vista de forma mais positiva pelo mercado do que a medida anterior do governo, que consistia no aumento do Imposto sobre Operações Financeiras.

Apesar das mínimas alterações de sexta-feira, a semana registrou alterações na precificação do mercado para o próximo encontro de política monetária do Banco Central, em curso neste mês. As expectativas para a Selic apontam para uma elevação adicional de 25 pontos-base.

O mercado de opções do Copom da B3 ilustra tal dinâmica. Há pouco mais de uma semana, em 27 de março, a cotação indicava 83,00% de probabilidade de manutenção da Selic neste mês e 14,50% de chances de aumento de 25 pontos-base. Na quinta-feira – atualização mais recente – a cotação das opções de Copom apresentava 33,00% para manutenção da Selic, contra 62,00% para alta de 25 pontos-base.

A mudança nos investimentos se deu em razão da percepção de que o Banco Central adotou recentemente uma postura mais conservadora (rígida em relação à inflação), sendo um dos pontos de inflexão o pronunciamento do presidente da instituição, Gabriel Galípolo, na última segunda-feira. Na ocasião, ele declarou que o BC ainda está analisando o período de elevação da Selic — e não quando iniciará o ciclo de reduções da taxa básica.

Fora do país, no final da tarde, as taxas de juros mantiveram-se em alta. Às 16h44, o rendimento do Treasury de dez anos – referência global para decisões de investimento – subia 11 pontos-base, atingindo 4,508%.

Fonte por: CNN Brasil

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