Juros recuam em dia de ajustes e expectativa por medidas fiscais

A taxa DI para janeiro de 2026 ficou em 14,905% ao final da tarde, em relação a 14,909% registrado na sessão anterior.

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Com o robusto crescimento das taxas dos títulos do Tesouro no exterior, impulsionado por dados positivos do mercado de trabalho americano, as taxas das DIs fecharam a semana em declínio, com investidores ajustando posições após ganhos recentes, aguardando o pacote fiscal do governo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

À tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 era de 14,905%, em comparação com 14,909% na sessão anterior. A taxa para janeiro de 2027 registrava 14,305%, com uma queda de 6 pontos-base em relação ao ajuste de 14,365%.

Os contratos de longo prazo apresentavam uma taxa de 13,85% para janeiro de 2031, em comparação com 13,913% no ajuste anterior, e uma taxa de 13,89% para janeiro de 2033, em relação a 13,95%.

LEIA TAMBÉM!

A Administração de Trabalho dos EUA anunciou nesta manhã que foram geradas 139 mil vagas no país no mês passado, após 147 mil em revisão para baixo em abril. O resultado superou as expectativas dos 130 mil postos projetados por economistas da Reuters. As estimativas variavam entre 75 mil e 190 mil empregos. A taxa de desemprego nos Estados Unidos manteve-se em 4,2% pelo terceiro mês seguido.

Os resultados superiores ao esperado impulsionaram a confiança nas apostas de que o Federal Reserve não terá margem para reduzir as taxas de juros no curto prazo, o que provocou o aumento de mais de 10 pontos-base nas taxas dos títulos do Tesouro durante a sessão.

As taxas das DI no Brasil alcançaram valores superiores a 10 pontos-base após o relatório de empregos dos EUA, mas se aproximaram da estabilidade ainda pela manhã e se firmaram em patamares baixos no final da sessão.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Não houve nada muito significativo no dia para se queimar parte do prêmio da curva brasileira. Isso tem mais a ver com uma correção dos últimos dias, quando a precificação na curva voltou a embutir chances de uma copom-alckmin-quer-que-a-taxa-selic-possa-diminuir-ainda-mais/”>Selic terminal em 15%, comentou o head de renda fixa da Manchester Investimentos, Rafael Sueishi. Atualmente a Selic está em 14,75% ao ano.

“Como nossa curva já tinha embutido muitos prêmios nos últimos dias, hoje ela não acompanhou a alta dos (rendimentos dos) Treasuries”, acrescentou Sueishi.

Ele afirmou que os investidores também estavam aguardando o encerramento do fim de semana, momento em que a equipe econômica entregaria à liderança partidária o pacote de propostas para equilibrar as contas públicas, em substituição ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

O governo federal deverá adotar uma proposta de lei complementar que estabelece uma redução de 10% nos benefícios fiscais, como principal alternativa ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida possibilitaria um incremento na arrecadação de R$ 40 bilhões em 2025 e mais R$ 40 bilhões em 2026, suprindo as demandas financeiras do ano seguinte.

A equipe da Reuters ouviu especialistas que avaliaram que, em princípio, a redução de benefícios fiscais, caso mantida, seria vista de forma mais positiva pelo mercado do que a medida anterior do governo, que consistia no aumento do Imposto sobre Operações Financeiras.

Apesar das mínimas alterações de sexta-feira, a semana registrou alterações na precificação do mercado para o próximo encontro de política monetária do Banco Central, em curso neste mês. As expectativas para a Selic apontam para uma elevação adicional de 25 pontos-base.

O mercado de opções do Copom da B3 ilustra tal dinâmica. Há pouco mais de uma semana, em 27 de março, a cotação indicava 83,00% de probabilidade de manutenção da Selic neste mês e 14,50% de chances de aumento de 25 pontos-base. Na quinta-feira – atualização mais recente – a cotação das opções de Copom apresentava 33,00% para manutenção da Selic, contra 62,00% para alta de 25 pontos-base.

A mudança nos investimentos se deu em razão da percepção de que o Banco Central adotou recentemente uma postura mais conservadora (rígida em relação à inflação), sendo um dos pontos de inflexão o pronunciamento do presidente da instituição, Gabriel Galípolo, na última segunda-feira. Na ocasião, ele declarou que o BC ainda está analisando o período de elevação da Selic — e não quando iniciará o ciclo de reduções da taxa básica.

Fora do país, no final da tarde, as taxas de juros mantiveram-se em alta. Às 16h44, o rendimento do Treasury de dez anos – referência global para decisões de investimento – subia 11 pontos-base, atingindo 4,508%.

Fonte por: CNN Brasil

Sair da versão mobile