Kering e L’Oréal selam acordo, mas moda é a chave para a salvação do grupo com Demna Gvasalia

A controladora da Gucci enfrenta o desafio de reinventar peças de desejo, como demonstrado na estreia do diretor criativo Demna Gvasalia.

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(Imagem de reprodução da internet).

Mercado celebra venda da divisão de beleza da Kering para a L’Oréal

O mercado reagiu positivamente à venda da divisão de beleza do grupo Kering para a L’Oréal, anunciada no último domingo, 19 de outubro. O acordo, que envolve um pagamento de 4 bilhões de euros, inclui o licenciamento de marcas como Gucci, Balenciaga e Bottega Veneta. Nesta manhã, as ações da Kering em Paris apresentaram alta de 4%.

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A Kering lançou sua divisão de beleza em 2023, em um período de crescimento no setor. Entre 2022 e 2024, o mercado de beleza cresceu 7% ao ano, conforme dados da McKinsey & Company. A indústria, avaliada em 450 bilhões de dólares anualmente, deve alcançar 580 bilhões de dólares até 2027.

Marcas independentes como Hermès e Stella McCartney, além de conglomerados como LVMH, também investiram em suas divisões de beleza. No entanto, a nova unidade da Kering enfrentou dificuldades, registrando um prejuízo operacional de 60 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que motivou a venda.

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Alessandro Michele e a transformação da Gucci

Com a venda da divisão de beleza, a Kering pode focar em sua principal atividade: moda. Durante a gestão de Alessandro Michele, de 2015 a 2022, a Gucci quadruplicou suas vendas, com um crescimento contínuo de 35% por cinco trimestres.

Michele trouxe uma estética extravagante à marca, com estampas vibrantes e um estilo vintage. Sua abordagem conquistou uma nova geração e teve grande aceitação no mercado chinês. Contudo, a pandemia e mudanças nos hábitos de consumo impactaram negativamente a marca, que viu suas vendas despencarem.

Os últimos anos de Michele foram marcados por uma queda nas vendas. Sabato de Sarno assumiu a direção criativa da Gucci em 2023, mas sua tentativa de resgatar a sofisticação anterior não teve o mesmo impacto que a era Michele.

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A força e a fraqueza da Kering

A Gucci representa tanto a força quanto a fraqueza da Kering, respondendo por 40% da receita do grupo, que possui outras 10 marcas. Quando as vendas estão altas, a marca brilha; quando caem, a situação se torna crítica.

No primeiro semestre de 2025, o faturamento do grupo foi de 7,5 bilhões de euros, com uma queda de 16% em relação ao ano anterior, impulsionada por uma redução de 26% nas vendas da Gucci. A Saint Laurent, segunda maior marca do grupo, também enfrentou uma diminuição de 11%.

Entretanto, sinais positivos surgiram em >

2023. O novo diretor criativo da Gucci, Demna Gvasalia, trouxe uma coleção chamada La Famiglia, que foi bem recebida. O lançamento incluiu um curta-metragem com Demi Moore e as peças foram produzidas em edição limitada, gerando grande interesse.

Desafios e novas direções na Kering

A venda da divisão de beleza ajudará a Kering a reduzir sua dívida líquida, que era de 9,5 bilhões de euros em junho, além de 6 bilhões de euros em passivos de arrendamentos. Essa mudança é parte da estratégia do novo CEO, Luca de Meo, que assumiu em julho.

De Meo também nomeou Francesca Bellettini como nova presidente-executiva da Gucci, substituindo Stefano Cantino. Com um novo time e foco renovado na moda, a Kering se prepara para as próximas temporadas, buscando reconquistar a atenção dos consumidores.

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