Kiko Dinucci afirma priorizar o timbre em detrimento da melodia em sua produção musical

O vocalista e letrista da banda Metá Metá declara que seu novo álbum, dedicado à obra de Noel Rosa, contará apenas com guitarra.

11/05/2025 4h05

2 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

Kiko Dinucci ouvia rock pesado na adolescência, mas do metal passou para o punk e deste para o samba. Após a morte de Kurt Cobain, em 1994, afirma ele, “ficou tudo comercial” no rock, enquanto o samba ofereceu um caminho para a transgressão na música brasileira.

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A sonoridade marcante caracterizou Dinucci e se manifesta em suas diversas obras: “Padê” (2007), com Juçara Marçal; “Pastiche Nagô” (2008), com o Bando AfroMacarrão; no projeto Duo Moviola, com Douglas Germano; no Metá Metá (formado ainda por Juçara Marçal e Thiago França); e no grupo Passo Torto.

Em seus álbuns solo, Cortes Curtos (2017) e Rastilho (2020), observa-se a mais evidente demonstração de sua constante desconstrução musical.

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“Cortes Curtos, que era um disco de hardcore, é todo de samba”, disse Dinucci em entrevista à CartaCapital. “Era um disco de hardcore punk que só poderia ser feito no Brasil, em São Paulo e por mim. Tem a ver como meu caminho, com meu jeito de ver a cidade.”

Após Rastilho, surgiu o disco experimental, o VHS (2021). Trata-se de um disco em que improviso 20 minutos de violão, que é difícil de ouvir. É um violão acústico, porém mais agressivo, com experiência sonora mais percussiva e mais ruidoso. Fiz isso para quebrar a expectativa criada por Rastilho.

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A colaboração com artistas como Elza Soares, Jards Macalé, Marcelo D2 e Arnaldo Antunes demonstra ousadia, com uma assinatura musical muito particular.

Almejava ser compositor no sentido clássico. Descobriu que não era isso, concluiu que seu trabalho estava mais ligado ao som do que à canção.

É nesse sentido que Dinucci entende que sua obra tem seguido o caminho de “uma certa alquimia”. Trata-se, por óbvio, de um modo de trabalho que vai contra a corrente da indústria musical. “O que incomoda é que gostaria de ganhar mais dinheiro. No campo artístico não me incomoda”, admite.

Para Kiko Dinucci, a música experimental impacta a música popular, porém a juventude precisa se expor de forma direta para divulgar seu trabalho.

Em 2024, ele planeja lançar um álbum onde interpretará apenas com violão as obras de Noel Rosa. “Desejo afastar o Noel da atmosfera popular do Rio de Janeiro e apresentar uma versão mais peculiar. Noel Rosa também era uma figura excêntrica.”

Kiko Dinucci também está trabalhando em um livro de histórias em quadrinhos chamado Olho Derramado, que é totalmente dedicado ao cinema.

Acompanhe a entrevista do artista com a CartaCapital.

Fonte: Carta Capital

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