A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner (Partido Justicialista, esquerda), que se encontra em prisão domiciliar na província de Santa Fé (Argentina), qualificou nesta quinta-feira (3.jul.2025) a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como um “ato político de solidariedade”. Ela afirmou que o petista foi utilizado em uma guerra judicial quando foi preso em 2018.
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Lula também foi perseguido, empregaram a guerra jurídica contra ele, chegando a prendê-lo, e tentaram silenciá-lo. Não conseguiram. Ele retornou com o voto do povo brasileiro e de cabeça erguida. Por isso, hoje, sua visita foi muito mais do que um gesto pessoal: foi um ato político de solidariedade.
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Luiz Inácio Lula da Silva viajou para a Argentina para participar da cúpula de chefes de Estado do Mercosul. A visita a Cristina Kirchner foi autorizada pela Justiça argentina na quarta-feira (2 de julho). A peronista governou o país de 2007 a 2015 e foi condenada a seis anos de prisão por desvio de dinheiro público.
Além de oferecer minha solidariedade por tudo que tem passado, desejo toda a força para continuar lutando com a mesma determinação que marcou sua trajetória na vida e na política. Pude sentir nas ruas o apoio do povo e sei o quão importante esse reconhecimento é nos momentos mais desafiadores, escreveu Lula em sua página no X.
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Kirchner criticou o presidente da Argentina, Javier Milei (La Libertad Avanza, direita), em publicação no X. Ela alega que a imprensa sofre repressão devido ao medo de ordens ou da perda de publicidade, e teme também leis repressivas.
O que completa esse cenário sombrio é o que estamos vivenciando: a imprensa censurada por medo do Presidente, das ordens do chefe ou da perda de publicidade; leis repressivas; líderes da oposição impedidos de se manifestar em seus lares. Tudo isso constitui um ataque preventivo à capacidade de organização do povo.
Por último, o peronista mencionou a onda de frio que a Argentina está enfrentando e indagou sobre as intenções de Milei. O país se encontra em alerta de frio extremo e já registrou temperatura mínima de 3ºC.
“Olhe, Milei… com essa onda de frio que estamos enfrentando… o que você está fazendo? A única coisa que você consegue pensar é em aumentar em 6,4% as tarifas? Tarifas elevadas, fogões desligados, você falando sobre como teve um bom desempenho no Mercosul… Deixou o Mar de Plata sem gás?”
Leia a íntegra do Tweet de Cristina Kirchner em português:
Planejamento meticuloso e terrorismo de Estado de baixa intensidade.
Recebi hoje em minha residência o companheiro @LulaOficial, estando em regime de prisão domiciliar determinado por um Poder Judiciário que há muito tempo escondeu sua submissão política e se tornou um partido político a serviço do Poder econômico.
Lula também sofreu perseguição, com o emprego de uma guerra jurídica contra ele, chegando a ser preso, e tentaram silenciá-lo. Não obtiveram sucesso. Ele retornou com o voto do povo brasileiro e com a cabeça erguida. Portanto, hoje, sua visita foi muito mais do que um gesto pessoal: foi um ato político de solidariedade.
O mundo acompanha de perto a Argentina, que enfrenta uma deriva autoritária sob o governo Milei, caracterizada como terrorismo de Estado de baixa intensidade.
Ontem, observamos como Bullrich prendeu diversas companheiras. Todas elas… mulheres, jovens e ativistas. Ele agiu a pedido de José Luis Espert, que acredita que seus oponentes merecem apenas “cadeia ou um tiro”, assim como vimos em 18 de junho, quando identificaram e assediaram pessoas que marchavam até a Praça de Maio.
Demorou-se muito para construir a democracia argentina, apenas para que ela fosse desmantelada progressivamente. Contudo, essa mesma democracia está sendo esvaziada internamente por um governo que se autodenomina “libertário”… mas que concede liberdade apenas aos mais ricos.
Observa-se isso diariamente em casos de violações da liberdade de imprensa. A Reporteres Sem Fronteiras já apontou que a Argentina registrou o maior declínio na liberdade de imprensa no mundo – 47 posições em dois anos durante o governo de Milei. E isso antes do fotógrafo Pablo Grillo ser levado ao coma por registrar a marcha dos aposentados.
E o que se seguiu? Um plano de inteligência nacional, que permitia espionagem interna a qualquer pessoa que “corresse confiança” na narrativa oficial. E quem decidia o que corria a confiança? Caputo? Karina? Conan?
Agora, além disso, Bullrich quer que a Polícia Federal possa monitorar o que as pessoas publicam nas redes sociais sem ordem judicial, além de prisões preventivas sem que haja qualquer crime… Você está reclamando do país? Você está zombando do governo em uma rede social? Talvez assim a polícia bata à sua porta. Já vimos isso acontecer em outros países, e parece que eles querem importar isso também.
Esta é a deriva autoritária… É o terrorismo de Estado de baixa intensidade que a Argentina está vivenciando. Eles estão transformando o país em um experimento continental. Assim como Pinochet fez do Chile um laboratório para os Chicago Boys, hoje eles querem que nosso país seja um campo de testes para Milei e os Caputo Boys. O mesmo manual: salários de fome, privatização total, submissão absoluta ao fundo monetário internacional.
O que complementa esse cenário sombrio é o que estamos vivenciando: a imprensa censurada pelo receio do Presidente, das ordens do chefe ou da perda de publicidade; leis repressivas; líderes da oposição impedidos de se manifestar em seus lares. Tudo isso constitui um ataque preventivo à capacidade de organização do povo.
Em grande parte devido ao que se seguirá em outubro, Caputo já anunciou que a verdadeira questão central está se aproximando: reforma da previdência, reforma trabalhista e reforma tributária.
Não vai funcionar para eles. E eles sabem que se o povo falar, se organizar e se defender, não conseguirão. Assim como as centenas de milhares que se mobilizaram na Praça de Maio em 18 de junho. Era um número muito grande para se intimidarem. Além disso, somos muitos, argentinos, para ficarmos sozinhos, assustados e vigiados.
Temos algo que eles jamais possuirão: um ao outro. E possuímos a extensão da história do povo argentino, que nunca se cala. Sempre retornamos.
“ATENÇÃO: Ei, Milei… com essa onda de frio que estamos tendo… o que você está fazendo? A única coisa que você consegue pensar é em adicionar mais 6,4% de aumento nas contas? Tarifas elevadas, fogões desligados, você falando sobre como teve um bom desempenho no Mercosul… Deixou o Mar de Plata sem gás?”
“Vamos lá, irmão… continue vendendo fumaça… pena que não esquenta.”
Fonte por: Poder 360