O ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, faleceu na terça-feira 13, aos 89 anos. Políticos, partidos e presidentes de entidades brasileiras expressaram condolências pela sua morte, que é considerada uma das maiores lideranças da América Latina.
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o ex-presidente legou um legado de esperança. “Mujica aliou a coragem à doçura, a luta à compaixão. Deixa um legado de esperança, um convite a um humanismo radical. Meus sentimentos ao planeta Terra”.
Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, expressou pesar pela morte de Mujica, considerando-o “um homem que transcendeu as divisões políticas e sociais”. “Um líder cuja simplicidade, a rejeição ao ódio e o compromisso com a vida o tornaram uma figura única no cenário mundial”, afirmou.
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Completou Mercadante: “Neste momento de dor em toda América Latina, especialmente para o povo uruguaio, manifesto minha solidariedade a todos os companheiros e admiradores de Mujica, especialmente à querida Lucía Topolansky.”
A chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, considerou Pepe como uma das pessoas essenciais para a humanidade. “Ele dedicou a vida ao ideal de um mundo melhor e mais justo. Lutou por esse ideal de todas as formas possíveis, inclusive pelo exemplo de vida que nos deixou”, afirmou.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou receber com tristeza a notícia do falecimento de Pepe. “No âmbito da boa política, ele sempre foi uma referência de diáe equilíbrio. Destaca-se o exemplo de simplicidade, humanidade, honestidade e preocupação com o próximo”, afirmou.
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O deputado federal Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, declarou que o político “transcendeu as fronteiras de seu país e se tornou um símbolo global de humildade”. “Nós, deputados e deputadas do PT, expressamos nossas mais profundas condolências à sua família, amigos e ao povo uruguaio. O mundo perdeu hoje um líder excepcional”, afirmou em nota.
Organizações como o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) também expressaram pesar. O movimento destacou o compromisso de Mujica com a justiça social. “Foi um dos mais importantes representantes da esquerda mundial nas últimas décadas. Sua partida deixará saudades e um legado significativo ao socialismo”, declarou em comunicado.
O Ministério das Relações Exteriores considerou Pepe Mujica um grande amigo do Brasil e um dos mais importantes humanistas de nossa época. “O legado de ‘Pepe’ Mujica permanecerá, guiando todos aqueles que genuinamente acreditam na integração de nossa região como caminho incontornável para o desenvolvimento e em nossa capacidade de construir um mundo melhor para as futuras gerações”, afirma o texto.
Em dezembro do ano anterior, durante sua visita a Montevidéu, Lula (PT) homenageou Mujica com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta distinção concedida pelo Brasil a cidadãos estrangeiros. Na ocasião, o presidente descreveu Mujica como “a pessoa mais extraordinária” entre os presidentes com quem interagiu.
Pepe Mujica foi um político e escritor uruguaio, conhecido por seu estilo de vida simples e sua postura crítica em relação ao poder e à mídia.
Em 20 de maio de 1935, nascido em Montevidéu, capital do Uruguai, Mujica completaria 90 anos. Foi o 40º presidente do Uruguai, tendo exercido o cargo entre 2010 e 2015.
A presidência de Mujica gerou avanços sociais e econômicos no Uruguai, notadamente pela imagem do líder, marcada pela preferência por um estilo de vida simples e distante de luxos.
Sob a presidência de Mujica, em 2013, o Uruguai iniciou o processo que culminou com a legalização da maconha no país. Além das transformações culturais e legais, a esquerda uruguaia, com Mujica e Tabaré Vazquez à frente, promoveu um crescimento do PIB per capita de três vezes — passando de 4.720 para 15.560 dólares.
Fonte: Carta Capital