Lesões que salvam vidas: como a abordagem adequada pode identificar enfermidades escondidas e prevenir a perda de membros

A atenção adequada a feridas crônicas pode ser fundamental para detectar enfermidades não diagnosticadas e assegurar o conforto do paciente.

14/08/2025 18h32

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(Imagem de reprodução da internet).

As feridas crônicas, frequentemente vistas como simples incômodos, podem ser, na realidade, sinais de questões de saúde mais profundas. Diversas pessoas desconhecem que condições como diabetes, doenças de pele e doenças vasculares se apresentam através de lesões que não cicatrizam e um tratamento inadequado pode resultar em complicações graves, inclusive a amputação.

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Lesões crônicas: sinais de alerta para doenças graves.

Feridas crônicas são aquelas que não cicatrizam no tempo previsto — frequentemente até três meses. Elas podem ser causadas por diversos fatores e, frequentemente, indicam condições sistêmicas. Por exemplo, o diabetes é uma das principais causas de feridas crônicas. A hiperglicemia, ou seja, níveis elevados de glicose no sangue, pode prejudicar nervos e a circulação sanguínea, comprometendo a capacidade do organismo de curar as lesões. Pacientes diabéticos podem desenvolver úlceras nos pés que, sem tratamento adequado, podem levar a amputações.

Outro problema sistêmico associado às feridas crônicas é a doença arterial obstrutiva periférica. Essa condição ocorre quando o fluxo sanguíneo não é adequado, levando a uma cicatrização lenta e dificultando a resposta do corpo a lesões. Feridas em regiões onde a circulação é comprometida, como pés e pernas, podem se tornar infectadas e graves se o tratamento não for iniciado prontamente.

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Identificar que úlceras crônicas podem indicar doenças graves é essencial. Os profissionais de saúde devem reconhecer a relevância de analisar essas feridas em busca de evidências de condições sistêmicas, o que pode resultar em diagnósticos antecipados e, por conseguinte, em tratamentos mais adequados.

Novas tecnologias e progressos nos procedimentos terapêuticos.

A ciência e a tecnologia têm avançado rapidamente nos cuidados com feridas, oferecendo novas soluções que otimizam a cicatrização e também auxiliam no diagnóstico de condições associadas.

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As inovações tecnológicas nos cuidados com feridas não só aceleram a cicatrização, mas também possibilitam que médicos monitorem e identifiquem com mais precisão doenças que possam estar causando-as. O emprego de ferramentas de diagnóstico, como ultrassonografias e exames laboratoriais, juntamente com esses tratamentos, contribui para um plano de ação completo que considera tanto a ferida quanto a condição que a originou.

Acesso limitado a tratamentos de ponta.

Apesar dos progressos nas tecnologias de tratamento de feridas, muitos pacientes ainda encontram obstáculos consideráveis para obter acesso a essas terapias, notadamente no Brasil, onde o SUS é a principal modalidade de assistência à saúde para a maioria da população. Algumas dessas barreiras incluem:

Lesões que aparentam ser lesões superficiais podem conter informações cruciais sobre o estado de saúde do paciente. Um tratamento adequado acelera a cicatrização e também pode identificar doenças ocultas que, se não tratadas, podem resultar em complicações graves, incluindo amputações. As tecnologias atuais têm o potencial de transformar a forma como se aborda o tratamento de feridas crônicas.

Contudo, é crucial superar os obstáculos no acesso a essas terapias, sobretudo no âmbito do SUS e da saúde suplementar. Desta forma, será possível assegurar que todos os pacientes tenham a chance de receber cuidados dignos e eficazes. A conscientização dos profissionais de saúde e do público acerca das implicações das feridas crônicas representa um passo determinante na luta para prevenir complicações e salvar vidas.

Andréa Klepacz (CREMESP 128.575 / RQE 51419) é cirurgiã vascular e membro da Brazil Health.

Fonte por: Jovem Pan

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