Líderes do G7 buscarão convergência com os EUA em temas não tarifários

Secretário do Tesouro dos EUA, ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais se encontram em evento no Canadá.

19/05/2025 14h21

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(Imagem de reprodução da internet).

Os ministros das finanças do G7 buscam evidenciar alinhamento nesta semana em assuntos que não envolvem as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como segurança econômica, Ucrânia e colaboração em inteligência artificial.

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Principalmente, busca-se evitar que a poderosa aliança política ocidental se fragmente, ainda que isso implique em uma linguagem menos específica e menos ações coordenadas, segundo autoridades do G7 e especialistas em diplomacia econômica.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, participará dos ministros das Finanças e dos presidentes dos bancos centrais do G7 na reunião de terça a quinta-feira em um resort canadense, em Banff. O encontro colocará as divergências sobre as novas tarifas impostas pelos EUA no cerne das discussões.

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Japão, Alemanha, França e Itália podem ter seus encargos “recíprocos” elevados para 20% ou mais no início de julho. O Reino Unido, por outro lado, alcançou um acordo comercial restrito, resultando em tarifas de 10% sobre a maioria de seus produtos, enquanto o Canadá ainda lida com a tarifa de 25% imposta por Trump sobre diversas exportações.

Charles Lichfield, vice-diretor do Centro Geoeconômico do Atlantic Council, afirmou que “Ninguém espera que este seja um grande momento em que os EUA declarem que para o G7 e outros parceiros haverá um regime especial mais favorável”.

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Lichfield afirmou que os ministros de outros países provavelmente tentarão lembrar a Bessent que eles são os aliados mais próximos dos EUA e que é difícil para eles atender às exigências de Washington de exercer pressão econômica sobre a China quando eles próprios estão enfrentando a coerção dos EUA.

Um porta-voz do Departamento do Tesouro afirmou no domingo que Bessent buscará que o G7 “retorne aos fundamentos e se concentre em tratar os desequilíbrios e as práticas que não são de mercado, tanto nos países do G7 quanto nos que não são”.

Bessent sempre defendeu uma reação contra o modelo econômico estatal e voltado para a exportação da China, que gerou excesso de capacidade produtiva e uma grande quantidade de produtos subsidiados nas economias de mercado.

Em encontros bilaterais com Bessent, alguns ministros deverão conduzir suas próprias negociações para diminuir as tarifas de Trump.

Bessent está conduzindo as conversas com o Japão, que foi considerado em negociações avançadas com os Estados Unidos por órgãos governamentais.

O secretário do Tesouro afirmou no domingo que países que não negociarem “de boa fé” enfrentarão novamente tarifas recíprocas mais altas que Trump impôs em 2 de abril – 24% no caso do Japão.

Bessent é amplamente considerado uma influência moderada na agenda comercial de Trump, conforme declarado por Mark Sobel, ex-funcionário do Tesouro e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que preside o OMFIF, um think-tank independente de política financeira.

Apesar das discordâncias em relação às tarifas, as autoridades do G7, notadamente do Canadá, demonstram firme intenção de alcançar um acordo sobre uma declaração conjunta da reunião financeira, que servirá de base para a cúpula dos líderes do G7 em junho.

Fontes do governo do G7, com conhecimento das negociações financeiras, indicaram que um comunicado preliminar já foi elaborado e que o Canadá está buscando um acordo para demonstrar a união dos países do G7 em diversas questões.

Essas questões devem incluir uma declaração de apoio abrangente à Ucrânia em sua luta contra a invasão em larga escala da Rússia, com a presença do ministro das Finanças da Ucrânia, Serhii Marchenko, e a União Europeia preparando um novo pacote de sanções para intensificar a pressão sobre Moscou.

É provável que haja outro ponto de concordância no apoio ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial, após Bessent reiterar o apoio dos Estados Unidos às instituições em abril.

Contudo, considerando a oposição de Trump à agenda de energia verde dos Estados Unidos, antecipa-se que as discussões sobre as mudanças climáticas sejam uma causa de desavença.

Outro ponto delicado nas negociações é como o G7 abordará a incerteza econômica e a estagnação dos investimentos provocada pelas tarifas de Trump, sem que haja uma responsabilização explícita das políticas implementadas.

iFood anuncia aumento no valor mínimo das entregas a partir de junho.

Fonte: CNN Brasil

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