Agricultores bloquearam vias e realizaram manifestações em Bruxelas na quarta-feira (17), em frente à cúpula de líderes da União Europeia. A ação ocorreu em protesto contra o amplo acordo de livre comércio com as nações sul-americanas. A preocupação central da comunidade agrícola é que o acordo possa comprometer a sustentabilidade de suas atividades, além de gerar questionamentos políticos sobre o potencial apoio à extrema-direita.
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Resistência Europeia se Consolida
A Itália sinalizou sua oposição ao acordo nesta quarta-feira, juntando-se à França na resistência contra a assinatura com o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia). A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, declarou ao Parlamento que assinar o acordo nos próximos dias seria prematuro, exigindo garantias mútuas para o setor agrícola.
Posição Francesa se Mantém Firme
O presidente francês, Emmanuel Macron, manteve sua postura contrária ao acordo ao chegar à cúpula, afirmando que o tratado “não pode ser assinado” na forma atual e solicitando mais discussões em janeiro. Macron destacou a necessidade de salvaguardas para evitar impactos econômicos negativos e defendeu restrições ambientais mais rigorosas dos países do Mercosul.
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Argumentos a Favor do Acordo
Apesar das resistências, alguns defendem o acordo, argumentando que ele abriria um mercado de 780 milhões de pessoas e serviria como um contrapeso estratégico às políticas de exportação da China e às tarifas impostas pelos Estados Unidos. O chanceler alemão Friedrich Merz alertou que um adiamento ou cancelamento do acordo prejudicaria o status global da União Europeia.
Reações da América do Sul
A tensão política não alterou a postura dos líderes sul-americanos. O presidente Lula, buscando fechar o acordo no próximo sábado (20), demonstrou irritação com as posições da França e da Itália durante uma reunião ministerial. “Se não fizermos agora, o Brasil não fará mais acordos enquanto eu for presidente”, afirmou Lula, ressaltando que o acordo defenderia o multilateralismo frente ao unilateralismo.
O presidente argentino Javier Milei também apoia o tratado, vendo o Mercosul como uma “lança” para penetrar mercados globais, e não apenas um escudo.
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