Ligar para Trump não é humilhação, afirma Ciro Nogueira a Lula

Ciro Nogueira afirma que o presidente tem o dever de seguir o exemplo de outros países que obtiveram negociações bem-sucedidas com os Estados Unidos.

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Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa ordinária. Ordem do dia. Na pauta, a PEC 76/2019 que inclui as polícias científicas entre os órgãos de segurança pública passa pela primeira sessão de discussão no Plenário do Senado. À bancada, em pronunciamento, senador Ciro Nogueira (PP-PI). Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), solicitou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que contate Donald Trump (republicano) e busque negociar a taxa de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que entrará em vigor em 1º de agosto.

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O senador declarou que a ausência do petista não será interpretada como um ato de soberania, mas sim como “ideologia e jogo político”. Acrescentou que o momento exige “grandeza” do chefe do Executivo brasileiro.

O presidente Lula, não é humilhação telefonar para o presidente dos EUA. É obrigação. Principalmente quando se trata de defender o interesse nacional dos brasileiros.

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Ciro mencionou o exemplo de nações que obtiveram resultados ao negociar opções devido à postura de seus chefes, que agiram com pragmatismo, em vez de apostarem em “nós contra eles”. Indicou que Lula deveria buscar diálogo com a Casa Branca, mesmo sem expectativa de sucesso, e declarou que o ex-presidente Bolsonaro faria contato com Trump.

“Não cometa esse erro histórico”, declarou.

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Acordos dos EUA

Os Estados Unidos já encerraram 7 acordos comerciais com Japão, Vietnã, Indonésia, Filipinas, China e Reino Unido.

Trump negociou a diminuição de tarifas em contrapartida a investimentos nos setores americanos. O republicano afirmou que a União Europeia adquiriria US$ 750 bilhões em energia dos EUA e investiria outros US$ 600 bilhões em diversos produtos.

A China, que obteve a diminuição da taxa para 30%, facilitará a exportação de minérios de terras raras aos norte-americanos.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços declarou que o governo “continua e seguirá aberto” para negociar a tarifação com os Estados Unidos, enfatizando que a soberania do Brasil e o Estado Democrático de Direito são “ine negociáveis”.

Em nota, o órgão liderado pelo vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que as conversas com os norte-americanos, sob a orientação de Lula, estão sendo realizadas “com base em diálogo, sem qualquer contaminação política ou ideológica”.

Apesar de declarar que o governo Lula tem se esforçado para negociar “sem qualquer contaminação política ou ideológica” desde o dia 9 de julho, quando Donald Trump anunciou a tarifação, os atos e declarações do presidente, de integrantes do PT e do governo, não têm seguido essa orientação.

A atmosfera para uma possível negociação de alto nível se tornou insustentável – percepção sentida em Washington, também devido a recentes e controversas decisões do ministro Alexandre de Moraes.

O presidente Lula intensificou a retórica hostil em relação a Trump e aos Estados Unidos na semana passada. O petista não demonstrou interesse em realizar uma reunião direta com Trump desde a posse do norteamericano (em 20 de janeiro). Afirmou não ter assuntos relevantes para discutir e que se limitaria a fazer piadas.

Transcorreram seis meses de distanciamento entre o Brasil e os Estados Unidos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou não ter conseguido ser recebido pelo chefe do Departamento de Estado norte-americano, Marco Rubio.

Fonte por: Poder 360

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