Um livro com desenhos feitos por inteligência artificial (IA), que estava concorrendo ao Prêmio Jabuti 2023, foi excluído da premiação hoje. Isso aconteceu depois de muita discussão sobre o uso dessa tecnologia.
O livro concorre ao prêmio de Melhor Ilustração de 2023. É uma nova edição do famoso livro Frankenstein, escrito por Mary Shelley. Foi publicado no ano passado pelo Clube da Literatura Clássica e possui cerca de 50 imagens criadas por inteligência artificial.
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O designer Vicente Pessôa fez uma live explicando como usou inteligência artificial para criar as ilustrações do livro. Ele utilizou o programa MidJourney, que gera imagens a partir de descrições escritas. Isso foi relatado pela Folha de S.Paulo.
Porém, o desenhista André Dahmer, um dos jurados desta categoria do Prêmio Jabuti, disse que não sabia do uso da tecnologia para a criação da ilustração quando votou. Em seu perfil no X, ele afirmou que não conhece os nomes dos programas de IA e revelou que a organização também não sabia disso.
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Qual foi o pronunciamento da CBL?
Em comunicado, a Câmara Brasileira do Livro (CBL), responsável pelo tradicional prêmio literário, informou que a desclassificação do livro feito com IA se deu após uma revisão da lista de indicados pela curadoria. Conforme a entidade, o uso da tecnologia não é contemplado nas regras da premiação.
Segundo a organização, o uso de inteligência artificial na produção de livros será discutido nas próximas edições do Prêmio Jabuti. Os outros concorrentes da categoria não foram afetados e continuam na disputa pelos prêmios, que serão anunciados no início de dezembro.
O designer responsável pelas ilustrações com inteligência artificial para o livro Frankenstey expressou sua crítica em uma entrevista ao Estadão. Segundo ele, a entidade alterou as regras do jogo de forma repentina, provavelmente devido à pressão da opinião pública, e o penalizou por uma falha cometida por eles mesmos na CBL.
