Luciana Mello comemora o samba: “Meu pai dizia que era preciso gravar um disco de sambas”
Ana Joana Rodrigues lança novo álbum com artistas renomados: Alcione, Leci Brandão, Marvvila, Simone, Martinália e Fabiana Cozza.

Luciana Mello recorda que seu pai, Jair Rodrigues, frequentemente a aconselhava: “Minha filha, você precisa gravar um disco de samba. Você tem toda essa energia, canta muito bem o samba”.
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Ao partir em 2014, a lendária cantora lançou em 2016 um álbum em tributo a Jair Rodrigues, chamado Na Luz do Samba. Apesar de sempre cantar samba durante seus 35 anos de trajetória profissional, iniciada ainda criança, ela realizou uma imersão aprofundada nesse gênero, que recorda com carinho.
Luciana Mello lança seu nono álbum, intitulado Casa da Lu, celebrando novamente, com profundidade, o samba, com participação estelar: Alcione, Leci Brandão – grandes amigas de seu pai –, Martinalia – cujos pais, Martinho da Vila, foram amigos próximos de Jair Rodrigues –, Marvvila, Simone e Fabiana Cozza.
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São nove faixas com três regravações: Só Quero te Namorar (Leci Brandão), com Leci Brandão, Milagre (Dorival Caymmi), com Simone e Coração de Malandro (Martinho da Vila e Gracia do Salgueiro), com Martinalia.
Outras faixas inéditas contam com diferentes compositores, incluindo o irmão Jair Oliveira, Xande Pilares e Walmir Borges, que novamente produziu um disco para Luciana Mello.
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Destaque entre as inéditas, Resiste e Samba, com a participação magistral de Fabiana Cozza. É um dos grandes sambas lançados nos últimos tempos numa levada cadenciada, letra com profundidade e um duo de duas cantoras que exalam intensa identidade com o gênero.
Luciana Mello afirma que a música resiste e o Samba dá norte ao projeto. Ela conta que conversou com seu irmão (Jair Oliveira), que desejava criar um projeto focado nas mulheres do samba, devido à resistência que sente no gênero e à predominância de homens.
Jair Oliveira, que atualmente reside no exterior, identificou a mensagem subjacente da irmã e, dois dias depois, produziu uma obra-prima que aborda a vida difícil, mas que se encontra no samba: “Samba, samba que existe o samba/ Para o corpo sorrir com o samba/ Para que não desistamos de seguir”.
Ela relata o impacto que a música causa sobre os brasileiros, em relação à sua rotina e ao amor pelo samba, à vivência dessa cultura e ao seu despertar para o trabalho. A cantora afirma ter chorado na primeira vez que ouviu a música.
O álbum é bem produzido por Walmir Borges e satisfaz aqueles que procuram um bom disco de samba lançado neste ano. Luciana Mello explorou o pop e a MPB, mas o samba lhe fica bem.
“Registro as coisas que me agradam, os desejos meus. Gosto de conviver com as pessoas que eu amo. Isso é a vantagem de ser uma artista independente”, afirma. “O samba é a minha casa. Por isso chamo de Casa da Lu (nome do disco). Cresci ouvindo muito samba”, relata.
Luciana Mello acrescenta que a reunião de várias pessoas no álbum tem origem na escola do pai. “Há um aspecto muito negativo (na música) que é o ego. Quando o ego aparece na frente da música me incomoda bastante. Observei que muitas pessoas colocavam isso em primeiro plano. Não venho dessa escola. Jair Rodrigues era uma pessoa que unia todo mundo. Muitas pessoas diziam que iam na casa do meu pai. Meu pai gostava de reunir as pessoas”, revela.
O lançamento do álbum Casa da Lu ocorrerá no dia 8 de junho, no Galpão Zona Norte, em São Paulo (SP).
Acompanhe a entrevista com Luciana Mello na CartaCapital.
Fonte: Carta Capital