Lula afirma que o acordo Mercosul-UE será concluído em seis meses

Lula solicita que o presidente francês, Emmanuel Macron, “abram seu coração” para concluir os acordos.

05/06/2025 9h47

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(Imagem de reprodução da internet).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitou que o líder da França, Emmanuel Macron (Renascimento, centro), “abra seu coração” para concluir o acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Ao conversar com jornalistas em Paris nesta 5ª feira (5.jun.2025), o chefe do Executivo declarou que não tem intenção de deixar a presidência do bloco sul-americano sem que as negociações estejam finalizadas.

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Brasil liderará o Mercosul no segundo semestre do presente ano. Visa finalizar o tratado até o final do ano, momento em que deixará a presidência do bloco. Os países maiores da União Europeia demonstraram interesse em prosseguir. Contudo, a França é o principal obstáculo ao acordo.

Desejo informar que não relinquirei a presidência do Mercosul sem a conclusão do acordo com a União Europeia. Assim, meu caro, considere a viabilidade de concretizar esse acordo”, afirmou Lula em declaração a jornalistas ao lado de Macron.

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Lula afirmou que o acordo “é a melhor resposta” que os dois blocos “podem dar diante do cenário de incertezas criado pelo retorno do unilateralismo e protecionismo tarifário”.

Macron foi questionado sobre o acordo e a resistência dos agricultores franceses aos termos. O presidente francês declarou ser necessário “respeitar” seus trabalhadores. Segundo ele, acordos como o com o Mercosul “representam risco” para os agricultores europeus, devido a “permitirem baixar as tarifas”. Assim, é preciso que os termos sejam analisados de “maneira justa”.

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A França defende o comércio livre e justo, afirmando que proibiu o uso de determinados produtos devido aos danos ambientais causados.

“No entanto, os países do Mercosul não se encontram no mesmo patamar regulatório. Trata-se de uma diferença. Não é uma disparidade de competitividade ou de qualidade, mas sim uma diferença na regulamentação.”

Como vou explicar aos agricultores que, ao exigir o cumprimento das normas, estou abrindo o mercado para produtos que não as respeitam?, declarou.

“Sim, almejamos mais comércio, porém devemos respeitar nossos agricultores e também temos que respeitar a coerência de nossas ambições. Caso contrário, nada valeria da Europa para defender o clima, mas valeria fechar sua indústria, seu comércio, sua agricultura”, afirmou.

Ao responder à declaração de Macron, Lula afirmou que não está difícil finalizar o acordo e é preciso “um pouco de boa vontade”. Segundo ele, uma solução seria colocar agricultores brasileiros e franceses “para conversar”. Afirmou que, se for preciso, ele mesmo pode conversar com os franceses.

O presidente Lula solicitou ao então Macron uma questão séria: “Não permita que nenhum país europeu questione a defesa que o Brasil faz para diminuir o desmatamento”.

Deixarei a presidência do Mercosul com o acordo entre União Europeia e Mercosul formalizado, e com o companheiro Macron participando da assinatura, para que seja uma boa imagem.

Macron também afirmou que os dois conversaram sobre assuntos que unem os dois países, como o enfrentamento da crise climática. Ele mencionou que Brasil e França são “dois países amazônicos”, sendo a Guiana Francesa uma região ultramarina do país europeu.

O presidente francês recordou que ele e Lula discutiram os múltiplos conflitos globais, incluindo a guerra entre a Ucrânia e a Rússia. O presidente francês anunciou que a França irá repensar a colaboração com o Brasil na área de defesa.

Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido por Emmanuel Macron pela manhã desta 5ª feira (5.jun.2025) na Esplanada dos Inválidos, em Paris (França). As primeiras-damas do Brasil e da França – Janja Lula da Silva e Brigitte Macron, respectivamente – acompanharam a cerimônia de boas-vindas.

O presidente desembarcou em Paris na quarta-feira (4 de jun) e permanecerá no país até a segunda-feira (9 de jun). Sua passagem pela França inclui ainda uma visita à Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), em Lyon, para discutir o combate ao crime organizado.

Fonte por: Poder 360

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