O mercado financeiro tem demonstrado uma forte sensibilidade ao ambiente político, impactando diretamente a evolução da Bolsa de Valores e do dólar, além de influenciar as previsões sobre o desempenho da economia. Recentemente, o relatório Focus apontou um aumento nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) tanto para 2026 quanto para o próximo ano.
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Esse otimismo está ligado aos bons resultados do mercado de trabalho, mas também aos estímulos econômicos implementados pelo governo, incluindo programas de transferência de renda e o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda, que podem impulsionar o consumo e, consequentemente, a atividade econômica.
Discussões no Congresso e o Orçamento
As negociações no Congresso, apesar das tensões com o governo, têm um papel importante nas discussões sobre o orçamento do próximo ano e na aprovação da Lei de Orçamento Anual (LOA), que, em certa medida, tem adotado uma postura mais flexível em relação às metas fiscais.
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O Congresso garantiu recursos adicionais para os partidos, com um cronograma de desembolso antecipado, devido às eleições, e para o fundo partidário e eleitoral, sem risco de serem cortados, o que permite um maior investimento em campanhas. O governo, por sua vez, poderá trabalhar com o piso da meta fiscal como referência para o limite de gastos.
Mercado Reage à Incerteza Política
Após o período de instabilidade causado pelo anúncio da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro, o mercado apresentou uma correção na abertura da semana. As declarações do senador, que pode desistir da candidatura, e a pouca empolgação do centrão com essa possibilidade, contribuíram para a retomada da expectativa de que o governador Tarcísio de Freitas tenha mais chances de concorrer à presidência, pela reeleição, ao lado do presidente Lula.
A incerteza política continua sendo um fator relevante para o mercado.
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Copom e a Política Monetária
Diante das incertezas, o Comitê de Política Monetária (Copom) tem adotado uma postura cautelosa em relação à flexibilização da política monetária. A manutenção dos juros em 15% e a expectativa de que os cortes na taxa Selic só ocorram em março do ano que vem, com menor intensidade, refletem a necessidade de observar o cenário político e econômico com cautela.
A inflação, que estava projetada para ficar abaixo do teto da meta, não tem gerado a confiança necessária para uma convergência mais rápida do IPCA para o centro da meta.
Conclusão
A situação econômica e política ainda é bastante volátil, com muitos fatores podendo influenciar o desempenho do mercado. O Copom deve continuar atento às incertezas e, por enquanto, manter uma postura cautelosa na definição da política monetária.
A evolução do cenário político e econômico determinará os próximos passos.
