Críticas de Lula à Intervenção na Venezuela
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez críticas a possíveis intervenções na Venezuela, sem mencionar diretamente o líder americano, Donald Trump. Essa declaração surge em um contexto de crescente hostilidade do governo dos EUA em relação ao regime venezuelano.
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Lula afirmou: “Todo mundo diz que a gente vai transformar o Brasil na Venezuela. E o Brasil nunca vai ser a Venezuela e a Venezuela nunca vai ser o Brasil. O que defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino e não é nenhum presidente de outro país que deve opinar sobre a Venezuela ou Cuba.”
Críticas à Soberania da Venezuela
A declaração foi feita durante a abertura do congresso do PCdoB em Brasília. Antes, o presidente do PT, Edinho Silva, considerou “inaceitável” a ofensiva de Trump contra Maduro, no mesmo dia em que os chanceleres do Brasil e dos EUA se reuniram em Washington para discutir tarifas sobre produtos brasileiros.
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O governo Trump autorizou a CIA a realizar ações na Venezuela, intensificando a pressão sobre o país. Desde agosto, navios de guerra têm sido enviados ao Caribe para operações de combate ao tráfico de drogas, enquanto Maduro é acusado de liderar redes de narcotráfico.
Análise de Lula sobre a Extrema-Direita
Lula também comentou sobre a ascensão de líderes da extrema-direita, como Jair Bolsonaro, e destacou que isso deve ser analisado à luz dos erros da esquerda. Ele elogiou ex-presidentes de esquerda da América do Sul, incluindo Hugo Chávez, e lamentou a perda de um período de cooperação regional.
O presidente ressaltou: “Muitas vezes, a gente costuma jogar culpa nos outros e não pensa se a gente errou. Como é que isso explica uma figura politicamente chucra como Bolsonaro virar presidente?”
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Desafios da Comunicação com a Sociedade
Lula mencionou a criação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) como um marco de cooperação e alertou que a direita está voltando. Ele afirmou que a reconstrução desse cenário não será fácil e que a extrema-direita está se reerguendo.
O presidente declarou sua intenção de ser candidato à reeleição, enfatizando a importância de vencer as próximas eleições para evitar que a extrema-direita retome o poder.
Discurso à Militância de Esquerda
Em seu discurso, Lula pediu à militância de esquerda que adapte sua comunicação ao público em geral. Ele destacou a necessidade de se conectar com a sociedade brasileira, em vez de focar apenas em grupos específicos.
Além disso, Lula enfatizou a importância de dialogar com os evangélicos, um segmento majoritariamente conservador, e criticou a falta de comunicação com esse público. Ele recebeu o bispo Samuel Ferreira, que apoiou Bolsonaro em 2022, e ressaltou que o erro está na forma como a esquerda se comunica.