Lula critica novamente a Vale em evento em Mariana
O chefe do executivo declarou que, caso a organização fosse um indivíduo, teria sido envolvido em uma situação de completo desconhecimento.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou sua crítica à Vale nesta quinta-feira (12.jun.2025). Ele afirmou que, se a empresa fosse uma pessoa, iria para os “profundezas do inferno”.
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A Vale, se fosse uma pessoa, estaria condenada às profundezas desconhecidas. A Vale era uma empresa muito boa no passado, porém, após se tornar uma corporation, ela não possui dono, conforme declarado em evento em Mariana (MG), durante a apresentação dos avanços do Acordo Rio Doce.
O petista declarou que a empresa era “muito forte” durante o período em que era do Estado e deseja que a Vale “se recupere”, que ela volte a ser a “1ª”.
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Deseja que ela se desenvolva, mas acredito que a Vale precisa reconhecer, e a nova diretoria compreende, que o relacionamento com o público deve ser respeitoso, cortês e com grande consideração.
A Vale sofreu uma segunda privatização sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O então ministro da Economia, Paulo Guedes, diminuiu a participação do governo nas ações da mineradora de 26,5% para 8,6%. A Vale, transformou-se em uma corporação, uma empresa de controle privado, com capital distribuído no mercado.
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A saída de Lula, com derrota em sua primeira tentativa de nomear Guido Mantega como diretor da Vale, ocorreu devido à resistência dos acionistas privados e à reação negativa do mercado, após o governo ter buscado emplacar o aliado na empresa.
Acordo
O Acordo Novo do Rio Doce configura uma renegociação do TTAC, estabelecido em 2016 entre o setor público, a mineradora Samarco e suas controladoras, Vale e BHP.
A Samarco é responsável pelo rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015, em Mariana (MG). A empresa estabeleceu as diretrizes para a recuperação ambiental e o pagamento de compensações a indivíduos, organizações empresariais e entidades governamentais públicas e privadas impactadas pelo desastre.
Em janeiro de 2024, Lula desistiu de indicar Mantega para a presidência da empresa. Expressava insatisfação por não haver proximidade com a organização. A articulação, contudo, sofreu forte reação negativa do mercado financeiro e dos agentes econômicos em geral, levando o petista a abandonar a proposta.
Em seu discurso, Lula ampliou as críticas à mineração. Em 25 de janeiro de 2024, ao conmemorar os cinco anos do desastre de Brumadinho, em Minas Gerais, o petista afirmou que a companhia não havia tomado nenhuma providência para reparar os danos provocados.
A empresa, contudo, já havia firmado um acordo de medidas compensatórias com o Estado de Minas Gerais no valor de R$ 37 bilhões, assinado em fevereiro de 2021. Em comunicado divulgado em 15 de janeiro de 2024, a Vale declarou também ter concorrido a acordos distintos de indenização com 15.400 indivíduos. O montante total foi de R$ 3,5 bilhões. Lula complementou que a empresa não podia considerar-se “dona do Brasil” e deveria se adequar ao conceito de desenvolvimento do governo brasileiro.
Em julho, declarou que o modelo de gestão da Vale não tinha dono, por ser administrada por fundos de investimento, que, segundo ele afirmou na época, estavam mais preocupados em vender ativos. Também criticou a privatização da empresa.
A Vale representava um orgulho notável devido à sua relevância como empresa estatal. A empresa foi privatizada. Ninguém sabe atualmente quem é o proprietário da Vale. Atualmente, ela é fragmentada por centenas de fundos. Não há um dono definido para a Vale. A situação é tão confusa que até hoje não foram pagos os valores de indenização referentes a Mariana e Brumadinho, apesar dos desastres das duas barragens. Quando se tenta dialogar, ninguém exerce autoridade, pois o detentor de maior poder possui apenas 5%.
Fonte por: Poder 360